OAB revela que 262 jovens foram assassinados e 40 mil crianças sofreram violência

O relatório sobre a violência apresentado na manhã de hoje pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas, apontou que 262 jovens foram assassinados no primeiro semestre deste ano, no Estado, e que cerca de 40 mil crianças e adolescentes sofreram algum tipo de violência. O levantamento foi apresentado pelos presidentes de comissões da OAB, Gilberto Irineu (de Direitos Humanos), e José Edmilson Souza (de Defesa da Criança e do Adolescente) e teve como fonte de pesquisa os principais órgãos da imprensa alagoana e dos 106 Conselhos Tutelares do Estado. Para Irineu, os números revelam uma verdadeira "sangria". Já Edmilson Souza classifica os dados como alarmantes, pois segundo ele, as vítimas são crianças e jovens em processo de desenvolvimento. Os dados serão encaminhados para o Ministério Público Estadual, Secretaria de Defesa Social e Conselho Estadual da Criança e do Adolescente.

José Edmilson afirmou que os crimes cometidos contra crianças e adolescentes podem ultrapassar os 39.998 registrados, pois, de acordo com ele, esse número se refere apenas aos casos que os Conselhos Tutelares tomaram conhecimento. Segundo José Edmilson, os números podem ultrapassar a faixa dos 60 mil casos.

O presidente da Comissão da Defesa da Criança e do Adolescente da OAB revelou que esses casos já ocorriam no passado, mas que devido aos trabalhos desenvolvidos pelos conselheiros tutelares e pela ampla divulgação através de campanhas educativas e também pela mídia que a sociedade está tendo coragem para denunciar qualquer tipo de atentado aos direitos humanos da população infanto-juvenil.

José Edmilson culpou o governo pela omissão e pela falta de políticas públicas voltadas para a população carente que vive em situação de risco social, sem moradia, segurança, alimentação, saúde. "É importante que a sociedade se conscientize", disse.

Irineu atribuiu a quantidade de jovens mortos no Estado ao tráfico de drogas. "Em sua maioria, os assassinatos contra a população infanto-juvenil são resultados de acertos de contas, dívidas com a boca de fumo, confronto pela distribuição dos espaços geográficos e distribuição dos lucros", disse Irineu.

O presidente da CDH ressaltou a necessidade de investir e reforçar as ações dos aparelhos de inteligência das polícias. "As operações criminosas não esperam pelas discussões teóricas e sociológicas. É preciso urgência e ações", destacou Irineu.

De acordo com o relatório de homicídios, dos 262 casos, 158 foram registrados em Maceió e 104 no interior do Estado. Os bairros da capital alagoana mais violentos são Tabuleiro dos Martins (Clima bom, Village Campestre, Santos Dumont), onde foram registrados 34 casos, seguido por Benedito Bentes, com 29 homicídios, Vergel do Lago (Virgem dos Pobres, Ponta Grossa, Levada, Bom Parto), com 25 assassinatos; e por último o Jacintinho, onde foram registrados 11 casos.

Já no ranking dos municípios mais violentos Arapiraca surge em primeiro lugar com 16 casos, em segundo Rio Largo com nove, Marechal Deodoro figura em terceiro lugar onde foram registrados sete crimes e por último as cidades de Teotônio Vilela e União Palmares ficaram empatadas no número de homicídio, cada uma com seis.

Ainda conforme os dados referentes aos municípios no mês de janeiro foram 48 assassinatos, fevereiro 39, março 54, abril 38, maio 40 e junho 43.

Quanto aos números referentes aos 39.998 crimes contra crianças e adolescentes foram definidos 36 tipos de forma de atentado aos direito da população infanto-juvenil. Entre os itens, os casos onde houve o maior registro foram os seguintes: agressões físicas (3.902), agressões psicológicas e verbais (1.536) abando por parte dos pais (2.568), exploração de mendicância por parte dos pais ou responsáveis (1.999), violência sexu