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16 de Junho de 2024
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    OAB/RS e MP constatam quadro caótico da saúde pública na Capital

    há 14 anos

    Vistoria no Hospital de Clínicas e no Grupo Hospitalar Conceição serviu de prévia para a audiência pública, que acontecerá no dia 02 de setembro, às 18h, na sede da Ordem gaúcha, em Porto Alegre.

    O quadro caótico da saúde pública de Porto Alegre foi testemunhado, nesta quarta-feira (25), pelo coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RS (CDH), conselheiro seccional Ricardo Breier, que juntamente com o coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do MP/RS, promotor de Justiça Francesco Conti e o membro da CDH da seccional Rodrigo Puggina.

    A vistoria no Hospital de Clínicas (HC) e no Grupo Hospitalar Conceição (GHC) serviu de prévia para a audiência pública, que acontecerá no dia 02 de setembro, às 18h, na sede da Ordem gaúcha, em Porto Alegre.

    Em ambos os hospitais visitados o quadro é caótico e assustador. Em média, cada emergência possui pelo menos o dobro de pacientes do que a capacidade. Em uma das alas do GHC, o um número de internos era o triplo. Macas e cadeiras com pacientes no aguardo de leitos, vindos quase todos do Interior do Estado, onde as condições de atendimento são ainda piores, ou nem sequer existem.

    Basta uma rápida volta pelos arredores dos hospitais para encontrar um grande número de ambulâncias, ou até mesmo microônibus, devidamente identificados com a logomarca da prefeitura dos municípios. Nelas, diariamente, a população passa pelo processo conhecido como ambulância-terapia, sendo trazidos para a Capital, muitas vezes para tratamentos sem grande complexidade, mas que não é disponibilizado na sua cidade de origem.

    Segundo a enfermeira-chefe do HC, Lurdes Busin, o Serviço de Emergência do Clinicas é a principal porta de acesso à internação clínica, sendo que 80% dos pacientes apresentam algum tipo de patologia aguda.

    Destes, conforme constatado, pelo menos 30% eram oriundos dos municípios da Região Metropolitana, com ênfase para Viamão. Segundo Lurdes, o Serviço de Emergência do Clínicas é a principal porta de acesso à internação clínica, sendo que 80% dos pacientes apresentam algum tipo de patologia aguda. Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí e Guaíba também representam um grande percentual de pacientes.

    Embora avalie que o acesso à saúde é uma questão de direitos humanos, Lurdes ressaltou que 20% das pessoas que recorrem ao Clínicas não necessitam de atendimento de urgência. No entanto, foram as declarações do chefe do Serviço de Emergência, médico Luiz Nasi, que deixaram os visitantes perplexos. A situação não é nova. O que causa espanto é que até hoje não temos um plano de ação para a saúde pública, observou. Nasi ressaltou que as emergências agonizam porque mantêm as portas abertas durante às 24 horas do dia. Apenas 30% dos pacientes deveriam estar na emergência. Os demais aqui permanecem porque estão em lista de espera por leito, assinalou.

    Em um desabafo emocionante, Nasi admitiu sentir desconforto com o tratamento dispensado aos pacientes. Sabemos o quanto é duro ficar três horas sentado no cinema para assistir a um longa-metragem. Imaginem manter um idoso de 90 anos, doente, sentado em uma cadeira há quatro dias, desabafou.

    No Hospital Nossa Senhora da Conceição o quadro não era diferente. Em duas áreas destinadas a abrigar apenas 44 pacientes, a instituição mantinha 136 leitos e 18 cadeiras. Os riscos de infecção aumentam para pacientes e profissionais da saúde, atestou a coordenadora do setor, médica Juliana Sommer.

    Audiência pública

    Para tratar do caos da saúde pública, a OAB/RS promoverá audiência pública, no dia 02 de setembro, às 18h. Estamos realizando amplo levantamento da situação no Interior, com apoio de nossas 105 subseções, explicou Breier, lembrando que a Capital possui um déficit de 600 leitos hospitalares.

    Os dados coletados junto aos administradores, como a defasagem da estrutura, de leitos e de verbas servirão de base para a audiência pública que vamos realizar no próximo dia 02 de setembro, afirmou Breier.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/oab-rs-e-mp-constatam-quadro-caotico-da-saude-publica-na-capital/2345145

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