OAB/Uberlândia e Prefeitura se unem para difundir conhecimento e temas afrobrasileiros
A 13ª Subseção da OAB/MG Uberlândia, pela comissão Igualdade Racial em parceria com a Prefeitura Municipal de Uberlândia (PMU) lançaram na tarde desta terça-feira (13/12), na sede da Ordem, o acervo formado por livros com a temática racial que passam a fazer parte do ônibus Biblioteca Itinerante. A iniciativa visa oferecer material didático de pesquisa para educadores e população em geral.
A comissão da Igualdade Racial busca a aplicabilidade da Lei nº 10.639, que torna obrigatório o estudo da história da África nos ensinos fundamental e médio, de escolas públicas e particulares em todo o país. O ônibus será uma base de pesquisa para educadores buscarem informação e difundirem conhecimento para os alunos. A Comissão acredita que pela educação é possível combater a desigualdade racial e todas as dificuldades sociais que são atribuídas à população afrodescendente.
O presidente da OAB/Uberlândia, Egmar Sousa Ferraz, reforçou que a história é marcada por lutas pela igualdade entre as raças. A subseção foi a primeira do país a criar a comissão da Igualdade Racial e tivemos uma representante na Conferência Nacional, Vera Lúcia, o que nos honra e nos remete à necessidade de ousar e fazer ainda mais, disse o presidente.
A presidente da comissão, Vera Lúcia Kátia Sabino Gomes, discursou pedindo que a temática racial não seja somente tema de debate, mas de estudo. A comissão ratifica sua filosofia que a história da África deve ser difundida. A biblioteca é a prova que podemos provocar mudanças e contribuir para uma realidade melhor. Exigimos a aplicabilidade da Lei e a Ordem irá fazer tudo para que isso aconteça, disse a presidente da comissão.
Também participou do lançamento a secretária municipal de cultura, Mônica Debs. Sempre fazemos trabalhos nas escolas, mas sentimos falta de material didático relacionado ao tema. Conseguiremos atender 20 bairros. A OAB doou 111 livros e estamos abertos a doações, disse a secretária de cultura.
O Promotor de Justiça, Jadir Cerqueira Souza, foi o pioneiro no Brasil a mover uma ação civil pública contra o Estado e o município para aplicação da lei, e ministrou palestra no evento sobre o teor da Lei nº 10639/03. Dentre os tópicos apresentados estão o direito à educação, conhecimento da lei e a real aplicação da lei. Temos déficit do ensino afro, sabemos mais de Dom Pedro que de nossas raízes africanas. Deve ficar claro que não estamos defendendo a criação de mais uma matéria nas escolas, mas sim o conteúdo. O sistema do direito é excludente para punir e para proteger é elitista. Acredito que pelo conhecimento podemos ter uma realidade bem melhor para todos em
Além da palestra foi realizada uma apresentação teatral por Antônio Júnior, com a peça O poeta
Compuseram a mesa: a diretoria da OAB Uberlândia: Egmar Sousa Ferraz, Magna Carrijo; presidente da comissão Igualdade Racial, Vera Lúcia Kátia Sabino Gomes; presidente da comissão OAB Mulher, Selma Aparecida Santos; secretária municipal de cultura, Mônica Debs; promotor de justiça, Jadir Cerqueira de Souza; fundadora do 1º movimento negro organizado de Uberlândia, Conceição Leal; diretor da DIAFRO, Carlos Silva de Sousa; coordenador do NEAB/UFU, João Gabriel do Nascimento; representante da Superintendência Regional de Ensino, Aparecida Giroldo; representante da Secretaria Municipal de Educação, Cristiane Angélica Ribeiro e os vereadores de Uberlândia, Hélio Ferraz e Adriano Zago.
Por Kerley Pita Subseção de Uberlândia
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