Operação Camaleão prende 11 pessoas

Grupo é acusado de venda irregular de cartas de crédito no Paraná e Rio Grande do Sul

Onze pessoas foram presas na manhã de ontem, seis delas no Norte do Paraná, suspeitas de participação na venda irregular de cartas de crédito no Paraná e no Rio Grande do Sul. Batizada de Camaleão, a operação teve início às 6h15 e contou com cem policiais da Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Sul e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, que trabalharam no cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão expedidos pela Justiça gaúcha na semana passada. Outras cinco pessoas foram presas na região de Porto Alegre.

Conforme o promotor Frederico Medeiros, da Promotoria Especializada Criminal, do Rio Grande do Sul, as investigações foram iniciadas há cerca de dois anos, em Porto Alegre, após denúncia de uma vítima ao Ministério Público. Segundo ele, a suposta empresa funcionava em um edifício no Centro de Londrina.

Ainda de acordo com Medeiros, os golpistas anunciavam em jornais gaúchos e catarinenses a venda de cartas de crédito já contempladas no valor de até R$ 100 mil a juros facilitados. Os preços da primeira parcela variavam de R$ 10 mil a R$ 20 mil. ''Vítimas que pagaram a entrada nunca viram a carta de crédito ou reaveram o dinheiro'', comentou o promotor.

Ele informou que o esquema foi confirmado com a apreensão de diversos documentos nos endereços vasculhados nas cidades de Londrina, Cambé, Assaí e Ibiporã e também na Região Metropolitana de Porto Alegre, na manhã de ontem. Segundo o promotor, apesar de a base da quadrilha ser Londrina, a empresa já estava atuando também no interior paulista. ''Foi desativado o antigo nome União Mercantil para a criação de outras empresas, com outros nomes, que aplicavam o mesmo golpe'', disse Medeiros.

Entre fluxo bancário e dinheiro vivo recebido pelo pagamento das cartas de crédito, a quadrilha movimentava cerca de R$ 500 mil mensais pelos estados. Entre os bens adquiridos pelos consumidores estão veículos de passeio, caminhões, motocicletas e até imóveis.

Ontem de manhã, dos 16 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça gaúcha, somente 11 haviam sido cumpridos, resultando na prisão de seis pessoas em Londrina e região e cinco em Porto Alegre. Ainda ontem o promotor iria ouvir os seis presos que permaneciam detidos na sede do Gaeco, em Londrina. Os nomes dos acusados não foram divulgados pela polícia.

Fonte: Folha de Londrina