Operação prende seis milicianos em Nova Iguaçu
Seis milicianos foram presos, hoje (03/09), em Nova Iguaçu, em cumprimento a mandados de prisão requeridos pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por intermédio da 7ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 3ª Central de Inquéritos. Outros três suspeitos estão foragidos. De acordo com as investigações, o bando, com ligações políticas dentro do município, planejava estender seu domínio territorial sobre toda a cidade. O MPRJ denunciou, pelos crimes de extorsão e formação de quadrilha, nove integrantes da milícia, sendo quatro deles policiais militares e um ex-PM.
Segundo a Promotora de Justiça Adriana Lucas Medeiros, o bando, liderado pelo PM Fábio Barbosa Bernardes, vulgo Binda, praticou uma série de crimes no bairro de Austin e adjacências, desde, pelo menos, o segundo semestre de 2009. Os dez mandados de prisão e 17 de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, foram cumpridos pela Delegacia de Polícia Federal do município da Baixada Fluminense. Além das prisões, foram apreendidas armas, dinheiro, R$ 260 mil em cheques, cinco cheques assinados e não preenchidos e carros.
Além de Binda, foram presos os policiais militares Charles Borges de Lima, Wallace de Andrade Pereira (Patrick) e Wenner de Andrade Pereira (Neném ou Bob Esponja), além do ex-PM César da Rocha Fonseca e de Daniel William Pinheiro Machado (William Neguinho). Estão foragidos os denunciados Geraldo Rodrigues Pimentel Neto (Geraldinho), Noel Barbosa de Souza (Bia) e Vagner da Conceição Pedro da Silva (Binho). As investigações comprovaram que a quadrilha age com truculência e seus integrantes tinham plano de estender o domínio de atuação para toda a cidade de Nova Iguaçu, diz a Promotora.
A investigação começou após o assassinato de Alvimar Nascimento Alvim, que teria sido motivado pelo atraso no pagamento de uma dívida contraída com uma comerciante de Austin protegida pelos milicianos. Além da denúncia, feita por familiares da vítima, a PF recebeu informações sobre um plano para assassinar um Delegado da corporação. Interceptações telefônicas e quebras de sigilo de dados realizados com autorização da Justiça confirmaram que a quadrilha passou a atuar após o desmantelamento da Milícia do Jura, comandada pelo policial militar Juracy Alves Prudêncio.
Além de exercer ilegalmente a segurança privada na área, a milícia vendia cestas básicas e praticava agiotagem, sempre com preços e juros abusivos e cobranças realizadas com ameaças de morte. A denúncia cita ainda a estreita ligação de integrantes da quadrilha com políticos de Nova Iguaçu. O bando também tomou à força a sede social do Ferroviário Futebol Clube e obrigou o presidente da agremiação a renunciar, passando a realizar eventos sociais no local. Com o dinheiro ilegalmente arrecadado, os denunciados passaram a comprar bens incompatíveis com suas rendas, como carros que foram colocados em nomes de laranjas.
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