Oposição denuncia inexistência de associação que recebeu convênio

Deputados de oposição denunciaram, na sessão desta quinta-feira (6), que o Governo do Estado assinou convênio no valor de quase R$ 5 milhões com uma associação fantasma localizada no município da Raposa. Quem primeiro abordou o assunto foi o líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), Rubens Pereira Júnior (PCdoB), e depois o tema também foi tratado pelos deputados Bira do Pindaré (PT), Marcelo Tavares (PSB) e Othelino Neto (PPS).

Rubens Jr. contou que os quatro parlamentares da oposição fizeram uma visita ao município, na quarta-feira (5), e contataram que a entidade, Grupo de Ação Social Vera Macieira, não funciona em nenhum dos três endereços apresentados aos órgãos públicos, mas o convênio foi assinado no dia 19 de outubro de 2012, no valor exato de 4.900.190,05.

Quanto mais investigamos a Associação Vera Macieira mais dúvidas temos, porque mais suja está ficando a história. A Associação Vera Macieira apresentou três endereços aos órgãos oficiais, especialmente à Assembleia, e nenhum dos três existe, em nenhum dos três endereços há uma Associação Vera Macieira constituída, afirmou. O deputado do PCdoB disse que foram aos três endereços, conversaram com os moradores e não encontraram a associação, nem o povoado indicado com o nome de Trechos. Os recursos seriam para realizar melhorias na estrada de acesso a esta localidade.

Depois foi a vez do deputado Bira do Pindaré falar do assunto e batizou a visita de operação caça fantasma. Podemos chamar essa operação de caça fantasma; fomos até a Raposa, procuramos a entidade e não achamos, procuramos o povoado chamado Trechos, também não achamos, e procuramos as obras, também não achamos, relatou.

Ao tratar do assunto, o deputado Marcelo Tavares criticou o governo por haver feito convênio com a entidade. Mas o que mais me chamou atenção em tudo isso é que a Secretaria assinou, no ano de 2012, aproximadamente R$ 60 milhões em convênios e não está no Portal da Transparência nenhum pagamento: esconderam R$ 60 milhões do Portal da Transparência. E isso o Fernando Fialho não tinha autonomia para fazer, alguém muito grande no governo determinou algum secretário, provavelmente secretário de Planejamento, que não botasse os números da Secretaria de Desenvolvimento Social, só tem as despesinhas menores, acusou.

Já o deputado Othelino Neto, por conta do detalhamento feito pelos outros colegas de oposição, afirmou que o mais triste foi ouvir das pessoas da Raposa dizerem que o local e a obra não existem.