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Oposição diz que aprovação da DRU é 'cheque em branco' ao governo Temer
Publicado por JurisWay
há 8 anos
Partidos de oposição ao governo interino de Michel Temer manifestaram posição contrária à prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023. O argumento é de que a Proposta de Emenda à Constituição 4/15 funciona como um cheque em branco e vai retirar recursos da área social. Já a base governista disse que a DRU cumpre papel importante na governabilidade e ajuda a reequilibrar a economia.
Para o líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), apesar de o texto da PEC ser o mesmo que foi encaminhado ao Congresso pela presidente afastada Dilma Rousseff, o ambiente político é totalmente diferente.
Antes, era para desvincular recursos das contribuições sociais e outras receitas, porque esse dinheiro tinha amarração constitucional e voltaria para a saúde, para a educação, disse Florence. Agora, é para tirar o dinheiro da educação, da saúde, da previdência social, acusou o deputado.
Relator da PEC na comissão especial que analisou o tema, o deputado Laudivio Carvalho (SD-MG) negou que o texto retire direitos da seguridade social, da saúde e da educação. Não é verdade, meu amigo aposentado, que seu beneficio será reduzido. A saúde também está preservada. A educação da mesma forma, disse o relator, reforçando que o objetivo é permitir a governabilidade e autorizar o governo interino a remanejar algumas receitas.
Carvalho disse ainda que, sem a desvinculação dos recursos, o governo federal estará literalmente falido. O governo afastado queria aprovar a DRU nos mesmos termos de hoje. Então, por que ela [a DRU] era boa e, agora, é ruim?, questionou, acusando Dilma Rousseff de não ter tido diálogo suficiente com os deputados para conseguir aprovar a medida.
Em valores, a autorização para o governo desvincular recursos equivale a um número entre R$ 117 bilhões e R$ 120 bilhões para este ano.
Perda de receita
Pela liderança do PDT e também contrário à proposta, o deputado Afonso Motta (PDT-RS) argumentou que, como a prorrogação da DRU não aumenta as receitas da União, haverá sim, na opinião dele, retirada de recursos de outras rubricas, como saúde e educação. E por termos um histórico de defesa dos trabalhadores, nós votamos não, disse Motta.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), por sua vez, disse que a DRU representa um desmonte de todas as políticas sociais. Em 2015, na seguridade social, a DRU alcançava R$ 65 bilhões. Agora, neste momento, serão desvinculados R$ 95 bilhões, ou seja, o que equivale a todo o orçamento da saúde, criticou.
Jô Moraes lembrou que o texto também estende o mecanismo da desvinculação de receitas para estados e municípios.
Instrumento necessário
O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) lembrou que o texto da DRU foi encaminhado em julho de 2015 pela presidente afastada Dilma Rousseff e que sempre foi criticado por partidos que, à época, faziam oposição ao governo. Costa, no entanto, considera a desvinculação necessária e, mesmo acusando o governo de golpista, decidiu apoiar a proposta. Nenhum governo pode governar sem DRU. Eu faço oposição a esse governo provisório, mas não sou irresponsável e vou votar a favor da DRU, disse Costa.
Na mesma direção, o deputado Simão Sessim (PP-RJ) sinalizou que o governo interino precisa de instrumentos para fazer o ajuste econômico. E como o principal instrumento é a DRU, nós votamos pela aprovação desta PEC, declarou.
Líder da Minoria, o deputado José Guimarães (PT-CE) também defendeu a DRU como um instrumento de gestão e disse que já interessou aos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma. Mas o que está em discussão é o risco da proposta de [Henrique] Meirelles, que quer tabelar os gastos sociais, disse Guimarães. O líder também decidiu encaminhar não.
Por fim, o líder do governo, deputado Andre Moura (PSC-SE), reiterou que a DRU é necessária para que o governo federal consiga estabilizar a economia e recuperar o deficit de R$ 170 bilhões previsto para este ano.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:PEC-4/2015 Reportagem - Murilo Souza
Edição - Pierre Triboli
Para o líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), apesar de o texto da PEC ser o mesmo que foi encaminhado ao Congresso pela presidente afastada Dilma Rousseff, o ambiente político é totalmente diferente.
Antes, era para desvincular recursos das contribuições sociais e outras receitas, porque esse dinheiro tinha amarração constitucional e voltaria para a saúde, para a educação, disse Florence. Agora, é para tirar o dinheiro da educação, da saúde, da previdência social, acusou o deputado.
Relator da PEC na comissão especial que analisou o tema, o deputado Laudivio Carvalho (SD-MG) negou que o texto retire direitos da seguridade social, da saúde e da educação. Não é verdade, meu amigo aposentado, que seu beneficio será reduzido. A saúde também está preservada. A educação da mesma forma, disse o relator, reforçando que o objetivo é permitir a governabilidade e autorizar o governo interino a remanejar algumas receitas.
Carvalho disse ainda que, sem a desvinculação dos recursos, o governo federal estará literalmente falido. O governo afastado queria aprovar a DRU nos mesmos termos de hoje. Então, por que ela [a DRU] era boa e, agora, é ruim?, questionou, acusando Dilma Rousseff de não ter tido diálogo suficiente com os deputados para conseguir aprovar a medida.
Em valores, a autorização para o governo desvincular recursos equivale a um número entre R$ 117 bilhões e R$ 120 bilhões para este ano.
Perda de receita
Pela liderança do PDT e também contrário à proposta, o deputado Afonso Motta (PDT-RS) argumentou que, como a prorrogação da DRU não aumenta as receitas da União, haverá sim, na opinião dele, retirada de recursos de outras rubricas, como saúde e educação. E por termos um histórico de defesa dos trabalhadores, nós votamos não, disse Motta.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), por sua vez, disse que a DRU representa um desmonte de todas as políticas sociais. Em 2015, na seguridade social, a DRU alcançava R$ 65 bilhões. Agora, neste momento, serão desvinculados R$ 95 bilhões, ou seja, o que equivale a todo o orçamento da saúde, criticou.
Jô Moraes lembrou que o texto também estende o mecanismo da desvinculação de receitas para estados e municípios.
Instrumento necessário
O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) lembrou que o texto da DRU foi encaminhado em julho de 2015 pela presidente afastada Dilma Rousseff e que sempre foi criticado por partidos que, à época, faziam oposição ao governo. Costa, no entanto, considera a desvinculação necessária e, mesmo acusando o governo de golpista, decidiu apoiar a proposta. Nenhum governo pode governar sem DRU. Eu faço oposição a esse governo provisório, mas não sou irresponsável e vou votar a favor da DRU, disse Costa.
Na mesma direção, o deputado Simão Sessim (PP-RJ) sinalizou que o governo interino precisa de instrumentos para fazer o ajuste econômico. E como o principal instrumento é a DRU, nós votamos pela aprovação desta PEC, declarou.
Líder da Minoria, o deputado José Guimarães (PT-CE) também defendeu a DRU como um instrumento de gestão e disse que já interessou aos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma. Mas o que está em discussão é o risco da proposta de [Henrique] Meirelles, que quer tabelar os gastos sociais, disse Guimarães. O líder também decidiu encaminhar não.
Por fim, o líder do governo, deputado Andre Moura (PSC-SE), reiterou que a DRU é necessária para que o governo federal consiga estabilizar a economia e recuperar o deficit de R$ 170 bilhões previsto para este ano.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:PEC-4/2015 Reportagem - Murilo Souza
Edição - Pierre Triboli
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