Órgãos fiscalizam segurança em obras da RMC
Campinas (SP) - Cinco obras da Região Metropolitana de Campinas foram fiscalizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério Público do Trabalho nos dias 15 e 16 de abril, nos municípios de Indaiatuba, Paulínia e Valinhos. O objetivo é prevenir acidentes de trabalho por falta de segurança nas obras.
Em todos os empreendimentos foram encontradas irregularidades, principalmente no tocante ao trabalho em altura, o que resultou no embargo parcial ou total da obra. Vários equipamentos e maquinários sofreram interdição.
Obra do condomínio Diplomat, em Indaiatuba, fiscalizada na tarde dessa segunda-feira (15)
A ação é uma resposta às recentes notícias de acidentes fatais que ocorreram em obras da região no último mês, com 5 trabalhadores vitimados. Depois do ocorrido, MPT e MTE se reuniram, para traçar estratégias de atuação preventiva e repressiva contra empresas do setor.
Em Indaiatuba, na construção do condomínio Sky Towers, da construtora Luxor, houve a proibição do trabalho em altura. Não havia proteção coletiva nas periferias das lajes, como guarda-corpos. As bandejas, feitas para segurar o trabalhador em caso de queda, possuíam vãos que permitiam a ocorrência de fatalidades.
Sem proteção: periferia de laje não contém proteção coletiva, o que aumenta drasticamente a ocorrência de acidentes fatais
Vários trabalhadores foram flagrados sem cinto de segurança. Aqueles que usavam o dispositivo, muitas vezes deixavam de fazer a ancoragem, ou seja, não fixavam o equipamento em local seguro. Havia vãos nas lajes sem qualquer proteção contra quedas.
Além disso, foram identificados problemas no banheiro (ausência de papel higiênico, chuveiros que não esquentavam) e no refeitório dos trabalhadores (local para esquentar as marmitas não possuía aterramento, telas de proteção rasgadas).
Trabalhador caminha pela laje do 10º andar com cinto sem ancoragem: risco de queda
Operário se arrisca na beira da laje, sem cinto de segurança ou qualquer outra proteção
Pela lateral desprotegida da laje se vê a obra ao lado: local deveria conter guarda-corpo e cabo para fixar cinto
De cinto, mas solto: o trabalhador fica na ponta do prédio sem ancoragem em local seguro
De costas para o perigo: trabalhador fixa armação no topo da contrução e fica, sem cinto de segurança, de costas para a fossa profunda
Mais um exemplo de uso incorreto do cinto de segurança: apesar de haver o dispositivo, não há fiscalização em relação à ancoragem
Vão na laje sem qualquer proteção
Também em Indaiatuba, na obra de construção do condomínio empresarial Diplomat e do residencial Majestic, pela construtora HCon Engenharia, o grande entrave também foi o trabalho em altura, com falta de proteção coletiva e trabalhadores sem o correto uso do cinto de segurança.
Três empreiteiras são contratadas para a execução da obra, sendo que uma não havia efetuado o registro em carteira de trabalho (CTPS) dos empregados, além de manter retida a CTPS além das 48 permitidas por lei.
Na manhã dessa terça-feira, a construção do condomínio de luxo Premiere Residence, da construtora Petrus, foi totalmente embargada, devido à ausência de proteção coletiva nas periferias das lajes (guarda-corpos, bandejas, etc) , instalações elétricas irregulares (fiação toda exposta, sem proteção de gabinetes de força) e máquinas sem aterramento e sem proteção contra acidentes. O elevador foi interditado por apresentar falta de manutenção e por ser utilizado de forma incorreta, transportando a carga juntamente com o trabalhador.
Visão interna de elevador em obra de Indaiatuba
A fiscalização também inspecionou obras em Valinhos (construtora Baseio Incorporações e construções Ltda.) e em Paulínia (Premieri Morumbi, construtora Galvão Queiroz), onde houve o embargo parcial das obras pelos fiscais, devido a risco grave e iminente de queda, risco de choque elétrico e de acidentes em maquinários sem proteção.
Obra fiscalizada em Indaiatuba foi interditada por trabalho irregular em altura
Operário sem cinto de segurança na beirada de uma laje em andar alto: perigo iminente de queda
Mais um exemplo de trabalhador sem cinto de segurança: falta de fiscalização do empregador
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