Os inconvenientes atuais de se chamar Daniel Dantas

Quem assina ‘Daniel Dantas’ sofre. Nas duas últimas semanas - desde que o dono do banco Opportunity foi pilhado pela notória Operação Satiagraha da Polícia Federal - os xarás de nome e sobrenome do banqueiro passaram a ser alvo de piada, confusão e até constrangimentos internacionais.

O mais famoso homônimo de Daniel Dantas, o ator da Globo, teve suas fotos estampadas em dois jornais, Diário do Sul (Bahia) e o italiano La Stampa, confundido com o investigado banqueiro. Por esses contratempos, o artista e outros ‘Daniéis Dantas’ sentem estar com o nome sujo na praça. "Quero meu nome de volta", reclama o ator de Ciranda de Pedra, da Globo.

Ele admite que logo no primeiro ou segundo dias, quando a história começou a ter repercussão, sabia que enfrentaria brincadeirinhas de amigos e colegas, e até no Casseta e Planeta, mas não imaginava sofrer esse tipo de confusão. A dor de cabeça é tanta que o ator Daniel já encomendou a seu advogado uma ação judicial contra os dois jornais que estamparam a foto dele (artista) como se fosse o banqueiro preso. Como o global Daniel Dantas trabalha com imagem, acredita que a falha dos dois veículos de comunicação pode criar uma visão negativa sobre ele, que deveria recair apenas sobre o vilão que interpreta na novela das seis, Natércio Prado - esse sim, um "advogado bem-sucedido, extremamente prepotente, autoritário e ambicioso por poder", como informa o saite oficial da novela da Globo.

Para quem vive fora dos holofotes, ser confundido com o homem que está sendo investigado no mesmo ´balaio´que tem o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas incomoda menos, mas incomoda. Em São Paulo parece existirem 67 pessoas de nome igual. No saite do TJRS, uma busca entre os processos ativos e arquivados revela dois diferentes Daniel Dantas como partes em ações judiciais - apenas no Foro de Porto Alegre (a pesquisa não abrangeu o interior do Estado).

Um dos dois Daniel Dantas gaúcho é representante comercial. Localizado pelo Espaço Vital, relatou que, um dia depois do estouro da operação da PF, ele foi fazer uma banal operação de abertura de crediário numa grande loja porto-alegrense. Sentado e paciente, ele aguardava a chamada da atendente. Quando o nome dele foi anunciado para se aproximar do balcão, houve uma risada geral dos circunstantes.

E a moça do cadastro ainda brincou: "pensei que o senhor não fosse aparecer, porque estaria preso na Polícia Federal"...