Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
3 de Junho de 2024
    Adicione tópicos

    Padrões de litigância são tema de aula no 25º CNFI

    Imprevisibilidade das decisões e análise econômica do Direito foram objetos de destaque

    A aula ministrada na segunda-feira (26) no 25º Curso Nacional de Formação Inicial (CNFI) da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat) teve como tema os padrões de litigância. As expositoras foram as professoras Luciana Yeung, do Insper, e Ana Frazão, da Universidade de Brasília (UnB).

    Reflexão crítica

    Ana Frazão, especialista em direito Comercial e Econômico, tratou das recentes alterações da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). Segundo ela, a legislação passa a prever que o juiz não pode mais decidir apenas com base em valores abstratos: é necessário ter uma reflexão crítica sobre as consequências das decisões. “Cada interpretação do juiz tem premissas éticas, mesmo que ainda não assumidas”. Segundo a professora, princípios e valores são ferramentas de trabalho que poderão auxiliar o magistrado, mas jamais dar a solução final.

    Imprevisibilidade

    A economista Luciana Yeung apresentou uma pesquisa sobre o padrão de sentenças para os conflitos que envolvem a terceirização da mão de obra em instituições bancárias e empresas de transporte. Foram analisadas 450 decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho da 2ª e da 4ª Regiões (SP e RS) entre 2002 e 2016.

    Segundo ela, a imprevisibilidade das decisões no período objeto de estudo se deveu em boa parte à ausência de legislação específica sobre a matéria, o que só ocorreu com a entrada em vigor da Lei da Terceirização (Lei 13.429/2017). “Sabemos o quanto é difícil, para quem decide, não ter uma legislação específica, e isso se reflete na falta de uniformidade das decisões”, avaliou.

    Para a pesquisadora, é importante que os conflitos que chegam ao Judiciário sejam pacificados por meio de decisões consistentes. “A sociedade espera que os julgados sinalizem uma mensagem coerente, e, para isso, as decisões precisam ser embasadas com conhecimento da realidade”.

    Normas jurídicas

    O ministro Augusto César, que presidiu a mesa, ressaltou a complexidade das normas jurídicas e a função do magistrado de concretizar a aplicação das leis por meio da atividade jurisdicional. “A complexidade do mundo jurídico nos exige desprendimento, humildade intelectual e a percepção de que a análise econômica em nossos julgados é absolutamente necessária, mas não traz todas as respostas”, observou.

    Resolução de conflitos

    Aliando teoria e prática, os novos juízes participaram dos laboratórios sobre as boas práticas de direção processual em ações coletivas e sobre as doenças e acidentes de trabalho e seus impactos na litigiosidade. As atividades foram coordenadas pelos juízes Agenor Martins Pereira (TRT6), Konrad Saraiva Mota (TRT7) e Simone Medeiros Jalil (TRT21).

    Fonte: Enamat

    • Publicações5674
    • Seguidores630297
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações231
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/padroes-de-litigancia-sao-tema-de-aula-no-25o-cnfi/749430174

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)