Palestra de Amyr Klink encerra Congresso de Gestão de Pessoas
Dezenas de fotos fizeram a platéia do I Congresso Nacional de Gestão de Pessoas do Poder Judiciário literalmente tremerem. De frio. E o motivo foi simples: a última palestra foi marcada pelas histórias e lições de vida do escritor Amyr Klink, famoso pelas viagens pela Ártica e Antártica.
A palestra Ajustando as Velas fez com que a história de superação e busca dos sonhos marcasse também os participantes do evento. A idéia mais imbecil que tive foi a de atravessar o Atlântico e até hoje continua sendo uma idéia inútil, brinca o escritor, contando sua travessia até o continente africano em 1989. Mas foi ótima e não só pelo sucesso, mas porque eu soube que o grande mérito foram os erros que cometi.
Segundo o escritor, todos da família já tinham visto um pingüim, menos ele. Por isso, Amyr resolveu construir um barco para gelo e partir em uma viagem solitária para a Antártica. O barco levou cinco anos para ficar pronto. Porém, o fato de demorar cinco anos construindo um barco que só passaria algumas semanas no gelo fez Amyr mudar de idéia: iria até a Antártica, esperaria o mar congelar para poder ficar preso no gelo e depois teria que esperar um ano para o descongelamento do oceano para poder ir embora.
Meu desejo sempre foi ser dono do tempo, então no dia que encalhei o barco, fiz uma festa com pão e vinho do lado de fora e fiz um discurso, já que estava realmente me sentindo o dono do tempo, explicou. Porém, com o passar dos dias, o escritor foi percebendo que na verdade, era um escravo do tempo, pois tinha que descongelar o gelo para transformar em água todo dia e fazer energia para a comunicação via rádio.
Descobri que teria que manter uma rotina quando decidi que queria um banho e um jantar magníficos e, ainda assim lavar a louça. Contei mais ou menos dois dias fazendo água, só que fiquei exausto e dormi por 10 horas. Quando acordei, a água já estava toda congelada de novo.
Em uma das histórias emocionantes que contou, Amyr relatou que, em uma outra vez que visitou o gelo com um amigo, enterraram um tesouro para voltarem. Ele me perguntou o que teria que fazer para voltar, eu pedi para ele me dar a carteira. Assim, enterramos nossas carteiras junto com duas garrafinhas de whisky em uma caixa, que era nosso tesouro. O que eu não esperava era voltar anos depois e não encontrar o local justamente por ele estar com quatro metros de neve por cima, brincou arrancando gargalhadas da platéia.
O escritor relatou que, nesta mesma viagem, suas filhas, ainda pequenas, enterraram outro tesouro na mesma ilha para ele, para que, um dia ele voltasse. Não me perguntem o que elas colocaram lá porque eu não tenho a mínima idéia do que é, o que eu quero é encontrar esse tesouro. O que eu quero dizer para vocês é que eu espero que vocês também façam grandes tesouros no trabalho, finalizou o escritor, aplaudido de pé pelos presentes.
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