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17 de Junho de 2024
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    Parlamentares questionam proposta de mudança na proporcionalidade do Parlasul

    Publicado por Câmara dos Deputados
    há 14 anos

    A definição do número de assentos a que terá direito cada país no Parlamento do MercosulBloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de criar um mercado comum com livre circulação de bens e serviços, adotar uma política externa comum e harmonizar legislações nacionais, tendo em vista uma maior integração. A adesão da Venezuela ao Mercosul já foi aprovada por Brasil, Argentina e Uruguai mas ainda precisa ser aprovada pelo Paraguai. Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador são países associados, ou seja, podem participar como convidados de reuniões do bloco. (Parlasul) - esperada para a próxima reunião de cúpula do bloco, a ser realizada em julho em San Juán, na Argentina - poderá ficar para o final do ano. Durante reuniões preparatórias da Cúpula de Presidentes, a delegação argentina condicionou a adoção do critério de proporcionalidade para a divisão dos assentos a uma revisão do Regimento Interno do Parlasul, que adotaria maioria qualificada para decisões mais importantes.

    A eleição direta dos futuros integrantes do Parlasul depende da prévia definição de quantos parlamentares serão eleitos pelos atuais integrantes do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Segundo acordo político firmado ainda no ano passado, em uma primeira etapa o Brasil teria 37 parlamentares, enquanto a Argentina teria 26 e Uruguai e Paraguai, 18 cada. A partir de 2014, o Brasil passaria a ter 75 parlamentares, a Argentina 43 e os dois sócios menores permaneceriam com 18 cada. A Venezuela, quando plenamente integrada ao bloco, elegeria 31 representantes.

    Presidência rotativa

    O acordo precisa ser referendado pelo Conselho do Mercado Comum (CNC), que se reunirá em julho, para marcar o final da presidência argentina do Mercosul. Mas a decisão pode ficar para o próximo semestre, quando o Brasil ocupará a presidência rotativa do bloco.

    O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), ex-presidente do Parlasul, espera que a proporcionalidade seja aprovada na próxima reunião do CMC. Ele destaca que no final do ano passado, os países já estavam prontos para um acordo, quando a Chancelaria Argentina pediu para adiar a aprovação da proporcionalidade, sem impor nenhum tipo de condição. A reforma do regimento interno como a Chancelaria Argentina deseja significa aniquilar parte das competências do Parlamento do Mercosul.

    Ele reclama que o regimento é texto interno do Parlamento e é construído por parlamentares. Não acredito que nenhum Estado, após uma séria reflexão, queira ditar como um Parlamento deve funcionar, asseverou Dr. Rosinha.

    Dificuldades para o acordo

    Integrante do Parlasul, o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) prevê dificuldades para se alcançar um acordo durante a próxima cúpula, que deverá ser seguida de reunião do Parlamento. Existem difíceis negociações com a Argentina e com o Paraguai, neste caso sobre Itaipu, e sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul, que o parlamento paraguaio ainda não aprovou. Tudo isso pode jogar a definição do critério de proporcionalidade para o final do ano, previu Zambiasi.

    Já o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), integrante do Parlasul e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, defende uma análise da proposta argentina. Precisamos ver qual é a proposta de mudança do regimento. Se é do quorum para decisões, vamos analisar. A consolidação do Parlamento do Mercosul está emperrada pela falta de definição do critério de proporcionalidade, afirmou.

    Regimento Interno Segundo o Regimento Interno, existem quatro tipos de maioria atualmente no Parlasul - desde a simples, onde se requer metade mais um dos presentes, até a qualificada, por meio da qual se exige o voto afirmativo da maioria absoluta da representação de cada país. Esta maioria qualificada atualmente é necessária apenas para reforma do próprio regimento, mas pode ser ampliada para outras situações, caso prevaleça a proposta argentina. Nesse caso, as principais decisões do Parlasul só seriam tomadas com a aprovação da maioria dos integrantes de cada bancada nacional, independentemente do número de parlamentares de cada país.

    Com isso, as votações ficariam mais difíceis. Além do mais, que poder terão as minorias, se as decisões forem tomadas por quorum qualificado?, questiona Dr. Rosinha.

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