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17 de Junho de 2024
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    Pesquisa expõe sexualidade ocidental pela ótica da história das mentalidades

    Crédito da foto: Netun Lima Os homens disputam o microfone para fazer perguntas ao final da palestra Amor e Sexo: o futuro que se anuncia, na noite desta segunda (28) em Belo Horizonte (MG). Na fila eles são oito, com idades entre 20 e 50 anos e apenas uma mulher, de cerca de 25, lhes faz companhia. Os homens não se destacam só numericamente. Renegando a apregoada objetividade masculina, as perguntas deles se desdobram em uma, duas ou três e é preciso que uma mediadora marque tempo. O primeiro revela para a palestrante que resolveu as brigas do casamento morando em casas separadas, o segundo quer confirmar se sendo mais liberal com o casal de filhos eles serão mais felizes. Pelo menos dois discordam de algumas ideias da escritora e um outro, heterossexual, com dois casamentos no currículo, quer entender porque depois que emagreceu 50 quilos e está fazendo academia, começou a ouvir piadinhas sobre sua sexualidade. Vários deles são seguidores da psicanalista Regina Navarro Lins no Twitter (@reginanavarro). A escritora e sexóloga brasileira veio à capital mineira lançar seu Livro do Amor - 850 páginas divididas em dois volumes, com custo de R$ 30 a unidade na noite de lançamento. A pesquisa aborda a história da sexualidade ocidental da antiguidade aos dias de hoje. A determinação masculina para avançar nas questões da sexualidade demonstrada naquela noite é só mais um capítulo que se anuncia do que a autora chama de história das mentalidades. Como ela explica, tal história relacionada ao sexo se divide em antes e depois do advento da pílula anticoncepcional, que completa 52 anos em 2012. No começo, as mulheres eram consideradas deusas capazes de gerar a vida, mas foi só os parceiros descobrirem, observando os animais, que eles tinham participação na procriação, que o patriarcado se estabeleceu. “Os dois legados do patriarcado foram a opressão da mulher e a repressão da sexualidade”, registra a pesquisadora. A religião e a moral reforçaram o comando machista durante cinco mil anos até que a tecnologia do século XX pôs fim ao controle da sexualidade feminina pelos homens. A liberalização feminina acionou a defesa da liberdade de outras formas de expressão da sexualidade, igualmente discriminadas. “No final da década de 1960 (cerca de 10 anos depois da pílula), temos o primeiro movimento gay organizado nos Estados Unidos”, lembra a escritora, esclarecendo que a possibilidade do fim do sexo com finalidade unicamente procriativa entre homens e mulheres trouxe legitimação para a prática homossexual por aproximação. Para a psicanalista, o movimento de liberalização sexual iniciado há 50 anos continua a se expandir e vai impondo uma derrota ao amor idealizado. Os desdobramentos prosseguem: “a fidelidade, que é uma condição básica do amor romântico, em que os amados só têm olhos um pro outro, deve ser colocada em xeque”. No futuro, ela aposta, o desejo poderá levar os casais que se amam a eleger outros parceiros sexuais. A propósito, Regina antecipa que publicará na próxima semana um artigo sobre a união a três que o cartório de Tupã lavrou há alguns dias.

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