Polícia Federal aparece e corta na própria carne
Em 2005 a Polícia Federal fez 45 operações, com 935 presos (203 deles servidores públicos e sete policiais federais). Quase o triplo das operações realizadas em 2003 (16), e mantendo a margem das realizadas em 2004 (42). A prisão de apenas sete federais em 2005, comparados aos 39 presos em 2003, vindica duas percepções. Aliás, três: ou a PF limpou definitivamente o carcinoma de seu tecido policial. Ou desistiu de cortar a própria carne. Ou ainda: ficou mais difícil banir da corporação os maus policiais.
Pródiga, a partir e sobretudo no governo Lula, em produzir mega-operações a funcionar como autênticos portentos midiáticos, a PF em 2005, pela primeira vez em sua história, teve de assistir sua própria carne nobre falando mal da corporação nas tevês.
A primeira greve de delegados da história da PF atingiu cinco estados brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Alagoas e Espírito Santo. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Delegados da PF, Armando Rodrigues Coelho Netto, mentor intelectual da paralisação, a adesão foi maior do que se esperava.
O ato recebeu o nome de Movimento pela Valorização da Polícia Federal. Nos levantamentos do delegado Coelho Netto, há hoje no país 50 mil inquéritos da PF que foram iniciados com pompa e circunstância, com festa na mídia, mas que se encontram num andamento investigatório pífio. “Queremos a garantia de que esses inquéritos chegarão ao fim”, disse o delegado no auge da paralisação, a 8 de novembro.
No ano passado, havia sido a vez dos agentes da PF, que fizeram greve de 50 dias, sob o argumento de que tinham direito à equiparação de seus salários ao dos delegados e peritos federais, o que não era previsto pelos valores da tabela de vencimentos da categoria determinada pela Lei 9.266/96.
Um dos tópicos do documento divulgado pelo Movimento pela Valorização da Polícia Federal apontou que “A imagem dos Policiais Federais de todo o País vem sendo arranhada por problemas de única e exclusiva responsabilidade do Governo Federal. Em São Paulo, por exemplo, servidores vêm sendo seriamente atingidos desde a Operação Anaconda e da divulgação de um relatório com 64 irregularidades, que municiou a imprensa para uma campanha difamatória contra Policiais Federais. Mais recentemente, o furto de cocaína nas dependências da PF paulista também acabou levantando suspeita contra os servidores da Instituição”.
E prosseguiam “Nem a Direção Geral da PF nem o Ministério da Justiça esclarecem para a imprensa que 98% das irregularidades apontadas no tal relatório são, em parte, conseqüência da falta de recursos materiais e humanos. O que sobra para a imprensa é justamente o escândalo, já que ‘é o homem que está mordendo o cachorro’. A maioria dos casos d...
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