Prefeito de Marilândia renuncia ao mandato

O prefeito de Marilândia do Sul (34 km de Apucarana), Jaime Rossi (PMDB), renunciou ontem ao mandato para fugir de um processo prestes a ser julgado no Tribunal de Justiça (TJ), em Curitiba. Por ser prefeito, Rossi goza de foro privilegiado e só responde a ações criminais em segunda instância. Porém, ao contrário de muitos políticos que procuram cargos públicos para desfrutar da prerrogativa de foro, Rossi quer fugir dele.

''Há treze anos eu matei um cidadão e, por incrível que pareça, o Tribunal resolveu me julgar no último dia (antes do recesso do Judiciário). Eu não quero ser julgado lá e se eu renunciar o processo volta para cá'', contou Rossi. ''Essa foi a única solução que achei para jogar para frente e ganhar mais tempo'', argumentou.

O processo criminal a que Rossi responde se refere ao assassinato de um parente por afinidade resultante de desavenças sobre herança. ''É um cidadão que o pai do meu cunhado criou. Ele ficou com parte da fazenda, depois perdeu e voltou para pedir mais coisas. Entramos em choque e aconteceu isso.'' O prefeito alega que o crime não influenciou sua carreira. ''Fui reeleito duas vezes depois disso.''

A renúncia foi comunicada por meio de uma carta à Câmara. A posse do prefeito interino, que vai conduzir a cidade até 31 de dezembro, está indefinida. O vice-prefeito Sérgio Ioshida (PMDB), que foi derrotado nas eleições para a Prefeitura, não foi localizado ontem pela FOLHA, mas nos bastidores já teria comunicado que não tem interesse em assumir a administração. O presidente da Câmara, Anderson Bueno (PMDB), que é o terceiro na linha sucessória, declarou que vai renunciar ao mandato para não assumir o cargo - como foi reeleito vereador, retorna ao Legislativo em janeiro de 2009. Bueno alegou que tem viagem internacional marcada para os próximos dias.

Se Ioshida e Bueno confirmarem o desinteresse, o quarto nome na linha sucessória é o vice-presidente da Câmara, Vanderlei Aparecido da Silva (DEM).

Fonte: Folha de Londrina