Primeira-dama
Uma primeira-dama afônica, quatro quilos mais magra e preocupada com a saúde do marido. Flávia Arruda resolveu quebrar o silêncio e falou pela primeira vez com a imprensa desde a prisão do governador José Roberto Arruda. Durante a conversa com os jornalistas, na Superintendência Regional da Polícia Federal, Flávia disse que as imagens em que Arruda aparece recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais, são antes de seu casamento, em época de campanha eleitoral, e que a cena não a abalava. Não me surpreende porque eu sei que todo mundo recebe. Sei que a política no Brasil é assim, as pessoas precisam receber dinheiro para a campanha, afirmou. Ela destacou, porém, que todo o dinheiro entregue ao governador foi declarado por Arruda.
Flávia também se mostrou indignada com a Justiça e afirmou que o governador afastado já não tem mais qualquer estabilidade emocional. Ontem, inclusive, ele se recusou a almoçar. Estou levando tudo de volta. Cuido da alimentação dele, mas mesmo assim o quadro de saúde está piorando, disse. O maior prejudicado nessa história toda é ele próprio e a nossa família, não a população de Brasília. Essa cidade nunca esteve tão organizada como está hoje, todo mundo sabe disso, desabafou.
A primeira-dama acredita que o estado de saúde do marido tenha piorado pois, com a prisão, precisou ser interrompido o processo de fisioterapia recomendado pelos médicos para os quatro meses seguintes à operação do tornozelo, que Arruda foi submetido em novembro do ano passado. Ele vinha fazendo uma série de exercícios em casa, acompanhado por um fisioterapeuta do Hospital Sarah. Aqui ele só faz um exercício de extensão, com um elástico que eu trouxe há poucos dias, afirmou.
Visivelmente abatida, Flávia disse que a filha, de um ano e meio, reclama diariamente a falta do pai, chora muito e que já apresentou febre de 41ºC. Ela calça os sapatos dele e sente muitas saudades, disse. Segundo ela, os advogados já conseguiram a autorização da PF para que a criança visite o pai, mas a primeira-dama ainda não sabe se levará a filha. Tenho medo da reação dela na saída, disse, chorando.
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