Primeira sessão deliberativa pós-afastamento de Dilma termina sem votações e com discussão
Terminou sem votações a primeira sessão deliberativa do Plenário da Câmara dos Deputados durante o governo interino de Michel Temer. Em vez de analisar propostas, líderes de partidos se revezaram no microfone para comentar a situação atual do comando da Câmara, que tem como presidente em exercício o deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Ele assumiu o comando da Câmara depois do afastamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Deputados do PSDB, do DEM e do PPS pediram uma nova eleição para a Presidência da Câmara e condenaram a decisao de Maranhão de cancelar a sessão de votação do impeachment. A decisão foi revogada no mesmo dia em que foi publicada.
Para o líder da Minoria, deputado Miguel Haddad (PSDB-SP), a decisão de Maranhão gerou crise de confiança entre os deputados. “A partir do momento em que revogou o impeachment, o presidente [Maranhão] se torna impedido, perdendo a confiança da Casa. Não há mais como conduzir os trabalhos após a medida adotada sobre o processo do impeachment”, afirmou.
Coube à antiga base governista a defesa de Maranhão. O líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), classificou como golpe a tentativa de afastamento do presidente interino da Câmara. “O presidente interino está respaldado pela legislação vigente e pelo Regimento da Casa. Se há um presidente afastado, cabe ao vice assumir essa função e dirigir a Casa. Não é a vontade de A ou B, é o Regimento da Casa que impõe esta realidade”, declarou.
Edição – Pierre Triboli
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