Procurador-geral dos EUA é alvo de críticas por monitorar ligações de jornalistas
Por Tabassum Zakaria e Susan Cornwell
WASHINGTON, 14 Mai (Reuters) - O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, estava prestes a enfrentar nesta terça-feira uma enxurrada de perguntas sobre a controversa decisão do Departamento de Justiça de monitorar ligações telefônicas da agência de notícias Associated Press, uma decisão que vem sendo condenada como uma grave intromissão na liberdade da imprensa.
O episódio criou alvoroço em Washington e levantou questões sobre o modo como o governo do presidente Barack Obama está balanceando a necessidade de segurança nacional com os direitos de privacidade.
Holder, alvo frequente de conservadores, tinha encontro marcado às 14h com a secretária de Serviços Humanos e de Saúde, Kathleen Sebelius, para discutir fraudes no seguro de saúde Medicare, mas provavelmente iria ser questionado pelos repórteres sobre sua decisão no caso dos dados da AP.
Holder ordenou que agentes federais se apoderassem secretamente de registros telefônicos de repórteres e sucursais da AP num período de dois meses no ano passado, fato que foi revelado na sexta-feira.
Na segunda-feira a AP descreveu os grampos como "uma intrusão massiva e sem precedentes" nas operações de levantamento de notícias.
Em carta postada no website da agência, o executivo-chefe Gary Pruitt disse que a agência foi informada na sexta-feira que o Departamento de Justiça recolheu registros de mais de 20 linhas telefônicas alocadas para a empresa e seus repórteres.
Um artigo da AP sobre o assunto afirma que o governo não pretende dizer por que tomou essa decisão, mas observou que autoridades norte-americanas haviam dito anteriormente que o procurador de Justiça da capital do país estava conduzindo uma investigação criminal sobre uma informação divulgada pela AP, em 7 de maio de 2012, sobre uma operação da CIA no Iêmen que impediu um complô da Al Qaeda para detonar uma bomba em um avião com destino aos EUA.
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