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5 de Maio de 2024
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    Reação natural do organismo isenta médicos de indenizar paciente

    há 12 anos

    A paciente ajuizou ação alegando erro médico, que teria levado a retirada do seu útero, trompas e ovários, mas perícia comprovou reação natural do organismo na formação de cistos, sem constatar indícios de imperícia dos profissionais.

    Dois médicos e o Hospital Santa Isabel ficaram isentos de indenizar uma paciente por danos morais. Ela ajuizou ação depois de submeter-se a cirurgias para conter dores e hemorragias, que levaram à retirada do útero, trompas e ovários. A autora da ação alegou erro médico. Uma perícia, porém, comprovou reação natural de seu organismo na formação de cistos, sem constatar indícios de imperícia ou negligência por parte dos profissionais.

    Em apelação, a paciente reforçou não haver provas de problemas de saúde anteriores, e o fato de os médicos não a tratarem de forma correta e adequada, o que levou à necessidade de três cirurgias. Segundo a autora, não ficou demonstrado que sofria de "adenominose rebelde", complicação que leva à formação de cistos. Além disso, a falta de comunicação causou-lhe transtornos psíquicos, razão pela qual teve de procurar constantemente auxílio médico.

    O relator, desembargador substituto Gilberto Gomes de Oliveira, da 2ª Câmara de Direito Civil do TJSC, observou que a perícia relatou a preservação do ovário esquerdo como procedimento médico padrão, para se manter o equilíbrio hormonal da paciente. Contudo, este também teve que ser retirado por causa da reação natural do organismo da autora, com formação de novos cistos e, em consequência, fortes dores e cólicas abdominais.

    Para Oliveira, a suscetibilidade da autora prolongou seu sofrimento. Porém, ele entendeu que a situação não pode ser apontada como causa de danos morais e materiais. O relator interpretou não existir ligação entre o quadro de saúde da paciente e qualquer ato de negligência ou imprudência dos médicos, especialmente pela saúde delicada, hipertensa e com registro de lombalgia.

    "Tenho que a atuação médica só pode ser penalizada civilmente quando for demonstrado flagrante equívoco, por imprudência, imperícia ou mesmo negligência, que, por todo o exposto, neste caso não se fazem presentes. Se, embora ostensiva, a atuação médica não for suficiente para conter a patologia manifestada no organismo da paciente, por se tratar de obrigação de meios, e não de resultado, não há falar em equívoco de diagnóstico e, por consequência, o profissional da área da medicina não pode ser civil e patrimonialmente castigado", finalizou Oliveira.

    (Ap. Cív. n.

    Fonte: TJSC

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