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16 de Junho de 2024
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    Realocação de famílias atingidas por construção de ponte é discutida no RS

    há 6 anos

    Porto Alegre – Dificuldades na realocação das famílias atingidas pela construção da nova Ponte do Guaíba, que liga a capital gaúcha ao interior do Rio Grande do Sul, foram discutidas em reunião, na sexta-feira (11), entre a defensora regional de direitos humanos Ana Luisa Zago de Moraes, o servidor Gustavo Henrique Schmidt, ambos da Defensoria Pública da União (DPU) em Porto Alegre (RS), com lideranças comunitárias e representantes do poder público e civil. O encontro aconteceu na Ilha Grande dos Marinheiros.

    De acordo com S.M.S., liderança dos moradores locais, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está chamando grupos de moradores para validação do cadastro e fazendo a proposta da compra assistida no valor de R$ 100 mil a R$ 150 mil, dando um prazo de 30 dias para que o morador encontre o imóvel. De acordo com a líder, a atitude do DNIT surpreendeu muitos dos moradores, visto que se trata de uma novidade e que não havia sido discutida com a comunidade. “A grande maioria dos moradores que serão atingidos pela construção trabalha com reciclagem de materiais. O galpão de reciclagem, um dos mais antigos do estado, precisará ser removido também, dessa forma, a compra assistida não resolve o problema, pois afasta o trabalhador do seu trabalho”, afirmou.

    Após ouvir as manifestações, o procurador regional dos direitos do cidadão do Ministério Público Federal (MPF), Enrico Rodrigues de Freitas, esclareceu que o MPF vai atuar para garantir que o pactuado anteriormente seja cumprido. De acordo com ele, a convocação dos moradores está acontecendo para a validação do cadastro, oportunidade em que o DNIT oferece a alternativa da compra assistida: “quem não quer aceitar tal proposta permanece com a original, de ir para o empreendimento a ser construído em três ou quatro anos na ilha”. O procurador disse, ainda, que há incertezas no processo todo, pois existem obstáculos por parte do DNIT e da Prefeitura Municipal quanto ao efetivo início da construção das moradias. “Estas já deveriam estar sendo construídas visto que a ponte já apresenta 60% das obras realizadas”, disse.

    A defensora pública federal Ana Luisa Zago de Moraes lembrou sobre o acordo judicial, assinado em 2017, no qual o DNIT se comprometeu a não iniciar as obras na ilha sem antes resolver a questão da moradia. Também chamou a atenção para que as reuniões sejam documentadas com a assinatura dos presentes para constituírem prova, úteis em caso de uma ação judicial. De acordo com a defensora, não há casos dessa natureza e magnitude com decisões do judiciário. “O que está acontecendo no presente caso é inédito. Está sendo construído baseado na convicção de que os moradores têm direito no que estão reivindicando. A DPU vai usar de todos os meios para que esse direito seja respeitado e reconhecido”.

    No mesmo dia, os representantes da DPU, do MPF e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) compareceram à Cooperativa de Educação Ambiental e Reciclagem Sepé Tiarajú para uma reunião com os moradores das comunidades Tio Zeca e Areia, que enfrentam problemas similares relativos à construção da nova ponte. Segundo relatos, 24 famílias foram alojadas em uma casa de passagem próxima, pois o lugar onde residiam agora serve como parque de máquinas das construtoras. A situação narrada na casa de passagem é de abandono e falta de condições mínimas de saúde e segurança.

    Também participaram da reunião o procurador regional dos direitos do cidadão do Ministério Público Federal (MPF), Enrico Rodrigues de Freitas; o subprocurador geral da República, Domingos Savio Dresch da Silveira; o advogado do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) Cristiano Muller; o representante da União das Associações de Moradores de Porto Alegre (Uampa), Pedro Dias; além de representantes de outras instituições, lideranças populares e cerca de 50 moradores.
    A Ilha dos Marinheiros é parte do bairro Arquipélago, em Porto Alegre, composto de diversas ilhas sobre o lago Guaíba, localizado a cerca de sete quilômetros do centro da cidade. A área tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da região metropolitana, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

    GGS/MGM
    Assessoria de Comunicação Social
    Defensoria Pública da União

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/realocacao-de-familias-atingidas-por-construcao-de-ponte-e-discutida-no-rs/579753415

    1 Comentário

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    Aline Dosantoscastro
    6 anos atrás

    Bom dia me chamo gislaine Dos Santos Castro sou moradora da vila areia somos cadastrados pelo dnt moro bem em frente da obra na voluntários da pátria será que nos aqui vamos ser os primeiros a ser chamados pelo juiz para assinar os papéis para compra das nossas casas? ? continuar lendo