Reforma Agrária
Durante toda a manhã desta terça-feira, 2, a Assembleia Legislativa sediou atividades do I Seminário de Agricultura Familiar, Camponesa e Reforma Agrária, evento promovido pelo deputado Mauro Rubem (PT). Segundo o parlamentar, o objetivo do seminário, que vai até quinta-feira, 4, será o de promover debate em torno dos aspectos positivos e seus impactos na sociedade e na economia local, e ainda o papel estratégico na garantia da soberania alimentar.
Com o tema Reforma Agrária como Instrumento de Justiça Social, autoridades e camponeses discutiram aspectos da luta do homem no campo. Além de Mauro Rubem, compuseram a mesa de autoridades, o deputado federal Pedro Wilson (PT-GO), o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Leonardo Veloso, o presidente do Incra, Rolf Hackbart; o superintendente federal de Agricultura e Abastecimento em Goiás, Helvécio Magalhães; o conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra, Dom Thomas Balduíno; o superintendente do Incra em Goiás, Rogério Arantes; o superintendente da Regional 28 do Incra, João Batista.
Representantes de 15 movimentos sociais ligados à questão agrária participaram do evento, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de Goiás (Fetaeg), Movimento de Libertação dos Sem Terras (MLST), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento Brasileiro de Trabalhadores Rurais (MBTR).
Mauro Rubem destacou que o objetivo do seminário é fazer a integração dos movimentos sociais. Nós queremos avançar na questão da reforma agrária no País., ressaltou.
O deputado federal Pedro Wilson enfatizou que Goiás tem terras para reforma agrária. O parlamentar destacou ainda a necessidade de mais recursos da União para promover a reforma e afirmou que programas do Governo federal, como o Luz para Todos, garantem qualidade de vida para o homem do campo. Para Pedro Wilson, o País tem muito espaço para que a agricultura avance. Fomentar a agricultura familiar é, na opinião dele, incentivar a produção dos alimentos que comemos. Os produtos oriundos da agricultura familiar representam em torno de 80% do que temos na nossa mesa, que é o arroz, o feijão e a mandioca destacou.
Secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Leonardo Veloso, destacou que Reforma Agrária não é só dividir as terras e jogar os camponeses lá. O Estado precisa garantir a dignidade e a qualidade de vida, explicou. O secretário propôs no evento, a elaboração de um cronograma de ações de promover a regularização fundiária e outras atividades referentes à reforma agrária. "A Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento está à disposição dos movimentos sociais, disposta a promover a justiça", finalizou.
Superintendente federal de Agricultura e Abastecimento em Goiás, Helvécio Magalhães ressaltou que uma das grandes preocupações dos movimentos deve ser dar viabilidade estrutural aos assentamentos. É preciso garantir assistência técnica aos camponeses. Além disso, estruturar a produção em cooperativas e verticalizar a produção, ao incorporar valores ao produto primário, evitando atravessadores para colocar os produtos dos camponeses no mercado, ressaltou o superintendente.
Novo modelo
Presidente do Incra, Rolf Hackbart lamentou que poucos setores da sociedade querem discutir e propor o real modelo de desenvolvimento sustentável, não baseado no consumismo. Precisamos discutir que tipo de desenvolvimento queremos para o País, ressaltou, afirmando que quanto mais a sociedade for organizada, por meio de movimentos sociais, mais melhorias terá.
Rolf espera que todos os movimentos sociais discutam uma pauta em comum, na qual a Reforma Agrária e o desenvolvimento rural sustentável com os camponeses seja prioridade para o desenvolvimento do País.
Segundo o presidente do Incra, é preciso combater as ideias disseminadas pelos grandes meios de comunicação, de que a Reforma Agrária é cara, produz violência e destrói o meio ambiente. Precisamos mudar o modelo agrário do País, finalizou.
Conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Tomás Balduíno salientou que o que há de bom e esperançoso no campo é a atuação dos camponeses, com propostas viáveis ambiental e territorialmente, explicou, dizendo que a sociedade não pode reduzir o conceito da Reforma Agrária. "A proposta é democratizar o desenvolvimento rural, pontuou o bispo.
Por fim, representantes dos movimentos sociais relataram os problemas referentes à manutenção do homem no campo e a necessidade de acelerar a Reforma Agrária. Durante a tarde desta terça-feira, 2, a Assembleia sediará outros debates sobre a questão agrária.
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