Reino Unido quer proibição mundial de plástico em cosméticos para salvar animais
Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
O Comitê de Auditoria Ambiental do Parlamento do Reino Unido tem pressionado pela proibição mundial de microesferas plásticas usadas em cosméticos. Segundo o órgão, as pequenas bolas de plástico utilizadas em géis de banho e esfoliantes faciais são encontradas até mesmo no Ártico e no fundo do oceano, o que prejudica inúmeras espécies.
Além disso, os membros do comitê declararam que as fibras sintéticas usadas em pneus e jaquetas de lã também podem impactar negativamente a vida selvagem. O governo do país afirmou que irá considerar uma proibição destas microesferas em cosméticos caso a União Europeia (UE) não se oponha à decisão.
Porém, os parlamentares querem que os ministros adotem uma posição mais rígida sobre este problema sério.
“Trilhões de minúsculos pedaços de plástico se acumulam nos oceanos e lagos do mundo, prejudicando a vida marinha e entrando na cadeia alimentar. Um único banho pode resultar em 100 mil partículas de plástico que acabam no oceano. A disposição das empresas de cosméticos para a eliminação progressiva de microesferas plásticas simplesmente não funciona. Precisamos de uma proibição legal definitiva”, disse a presidente do comitê Mary Creagh.
Calcula-se que os microplásticos usados em cosméticos constituem cerca de 0,01% a 4,1% de plásticos que entram no ambiente marinho. Pode parecer um número baixo, mas o comitê diz que isso representa um grande dano, segundo a BBC.
A poluição gerada por microplásticos é potencialmente mais prejudicial para o ambiente do que resíduos maiores do material, pois é mais provável que os pequenos pedaços de plástico sejam ingeridos por animais. Outro agravante é o fato de que eles também podem atrair mais toxinas.
“Encontramos pedaços de plástico em todas as amostras de água do mar que estudamos ao redor do mundo. Muitos animais marinhos confundem estes materiais com alimentos e tem seus intestinos prejudicados, o que os impede de comer alimentos nutritivos”, declarou a professora Tamara Galloway da Universidade de Exeter.
As minúsculas fibras sintéticas usadas para fazer casacos também contaminam os peixes, alertam os parlamentares. Uma estimativa sugere que 40% das fibras acabam no oceano.
Mais de 280 espécies marinhas ingerem microplásticos.”Estamos absolutamente empenhados em proteger os mares do mundo, os oceanos e a vida marinha da poluição”, disse um porta-voz do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra).
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