Reivindicações de operários de Jirau e Santo Antônio devem chegar a Belo Monte
Os movimentos reivindicatórios de trabalhadores das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, devem chegar também a Belo Monte, no Pará. A previsão é de Eduardo Armond, representante de entidades sindicais da construção pesada que participou de audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, nesta terça-feira, para discutir as condições de trabalho nessas obras.
Um acordo coletivo assinado no fim do mês passado garantiu à mão de obra de Belo Monte 11% de reajuste salarial, aumento do vale-refeição de R$ 100 para R$ 200 e redução de 180 para 90 dias do período de baixada, como é conhecida a saída para visitar a família.
Direitos inferiores
Mesmo assim, alguns direitos ainda são inferiores aos dos trabalhadores das usinas de Rondônia, segundo Eduardo Armond. "O trabalhador é inteligente. Em Jirau e Santo Antônio, o trabalhador já está sendo desmobilizado. A maior parte das obras já foi concluída, algumas comportas já estão gerando energia, o processo já está para finalizar. Belo Monte está iniciando.
De acordo com ele, a tendência do movimento sindical em Belo Monte é aumentar o volume de pessoas, levando mais trabalhadores de onde está desmobilizando, que é Jirau e Santo Antônio. Esse pessoal vai vir para Belo Monte com salário mais baixo. Então, a tendência natural, isso é matemática, é haver mobilizações, greves, por melhoria das condições de trabalho em Belo Monte também."
Acordo coletivo nacional
Os sindicalistas defendem um acordo coletivo nacional para obras isoladas financiadas com dinheiro público. Belo Monte acaba de receber R$ 22,5 bilhões de financiamento do BNDES.
O diretor do Departamento de Segurança e Saúde do Ministério do Trabalho, Celso Haddad, disse que o governo está atento às diferentes condições de trabalho nas obras das hidrelétricas. "Existem melhores e piores negociações. Então, a hora que os trabalhadores de uma determinada frente de trabalho de uma hidrelétrica sabe que uma negociação foi mais bem sucedida do outro lado ela quer conseguir também as mesmas vantagens. Então, são situações que ainda serão negociadas e tem um comitê permanente discutindo isso."
O diretor de Relações Institucionais da Norte Energia, responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, João dos Reis Pimentel, afirmou que a empresa está empenhada com o acordo tripartite, que envolve governo, sindicatos de trabalhadores e grandes empreiteiras, para garantir melhores condições de trabalho nas obras. Segundo ele, o grupo tem tido reuniões constantes sobre o assunto com todos os interessados.
Para o presidente da Comissão de Trabalho, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-PA), o acordo coletivo feito em Belo Monte mostra que o trabalho de acompanhamento e fiscalização feito pelo colegiado dá resultado.
Segunda maior usina
A usina hidrelétrica de Belo Monte, em construção no rio Xingu, no Pará, será a segunda maior hidrelétrica do Brasil, capaz de gerar energia suficiente para atender a 40% do consumo residencial de todo o Brasil. A expectativa é de que a obra gere também 23 mil empregos diretos em seu pico, previsto para 2013.
Agência Câmara de Notícias
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.