Relações de emprego
Por Cláudia de Marchi,
advogada (OAB-RS nº 63.467)
Um dos grandes problemas do mundo é que existem empregados que não deveriam ser empregados e patrões que não sabem comandar. Chefes que não deveriam ser chefes: existe muita coisa invertida neste mundo.
Ter autoridade não é falar alto e mandar. Ter autoridade não é ser grosseiro e usar ao outro como se usa uma folha: primeiro imprime errado, depois vira papel rascunho, por último faz-se dela um lugar para desenhar aleatoriamente e, depois se joga ao lixo!
Coisas você usa, pessoas você respeita ou, num futuro não muito distante, o usado vai ser você; afinal, por maior que seja a sua importância ou o seu poder, sempre existirá alguém mais forte para lhe derrubar. Logo, não custa pensar bem sobre o que fazer com a autoridade que possui.
Enfim, abusar dos outros nunca é uma boa atitude, até porque você pode causar raiva e revolta que podem ser ruins para quem sente, mas podem ser piores para você, se agiu injustamente, claro. O pensamento negativo de alguém pode lhe fazer muito mal!
Saiba comandar sem pisar, saiba respeitar o trabalho do outro, saiba dar valor a idéias, sugestões. Enfim, só é bom chefe quem tem noção de respeito humano, quem consegue valorizar o bom funcionário, não porque ele é agradável, mas porque é útil e rende naquilo que ele faz e para o que ele é pago.
Da mesma forma que um bom patrão não é o mais risonho ou bem humorado, mas é o que sabe respeitar, inclusive, legalmente os direitos do empregado: ou seja, pagar encargos trabalhistas, horas extras e tudo o mais que a lei manda.
Não é preciso haver relação de amizade, interação e risos; é preciso que haja habilidade do trabalhador e respeito do empregador. É isso que faz com que uma relação de emprego seja útil: a seriedade, ou seja, a ausência de qualquer forma de desrespeito no ambiente de trabalho.
claudiademarchi@tpo.com.br
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