Representantes de universidades federais buscam apoio junto a líderes partidários

Reitores e reitoras de universidades federais instaladas no Estado estiveram reunidos no final da manhã desta terça-feira (12) com os líderes de partidos na Assembleia Legislativa. O encontro aconteceu ao final da reunião da Mesa e teve como principal pauta o pedido de apoio à criação da Frente Gaúcha de Defesa das Universidades e Institutos Federais, que acontece na próxima segunda-feira 18, às 9h, no Teatro Dante Barone. O objetivo da Frente é lutar pelo cumprimento do orçamento de 2017, que já sofre cortes que variam de 15% no custeio das unidades e até 40% nos investimentos das instituições. Há casos, como o da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), em que os recursos desse ano se equivalem aos de 2005, mesmo tendo a instituição dobrado a oferta do número de vagas e criado novos cursos no período. "Depois de todo um legado construído na última década está-se reduzindo a uma realidade orçamentária de 12 anos atrás apesar de todo crescimento implementado. É um ataque muito forte a essas instituições", declarou o presidente do Parlamento, deputado Edegar Pretto (PT), destacando que a criação da Frente se deu a partir da solicitação de diversos reitores e reitoras, que resultou no acolhimento da agenda por parte da presidência da Casa. Pretto lembrou também que, a partir desse movimento, o Fórum Democrático, vinculado à presidência da ALRS, tem atuado em parceria com a Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos Federais, coordenada pelo deputado Nelsinho Metalúrgico (PT), e vem realizando audiências públicas em diferentes regiões do estado com o mesmo objetivo. "Já estamos dando uma mostra, que será consolidada e ampliada dia 18, que aqui no RS nós temos uma unidade para além das nossas disputas político-partidárias em defesa das instituições de ensino federais. Mais uma vez o parlamento gaúcho demonstra que não está de braços cruzados" , destacou Edegar. "O que estamos presenciando são os sérios prejuízos que iremos sofrer no que tange a soberania no desenvolvimento da ciência e tecnologia. É um problema sério a curto, médio e longo prazos que resultará em nos tornarmos reféns, por exemplo, de patentes estrangeiras" , destacou o reitor da Universidade Federal de Santa Maria, (UFSM), Paulo Afonso Burmann, lembrando que as instituições, conjuntamente, e por consequência as próprias regiões que sediam as unidades federais de ensino, deixaram de receber por conta de contingenciamentos impostos pelo governo federal cerca de R$ 2 bilhões. "A partir desse movimento que estamos fazendo em parceria com a presidência da Assembleia, outros estados estão fazendo o mesmo, como Minas Gerais e estados do norte e nordeste. Além do convite para o lançamento da Frente dia 18 fazemos um apelo para que se estabeleça uma trégua nas disputas políticas e se construa a unidade em torno dessa bandeira que é a defesa do desenvolvimento e ampliação da educação e pesquisa", explicou Burmann aos parlamentares. Também foram apresentados aos parlamentares dados que demonstram o perfil sócio-econômico dos alunos dessas instituições. No caso dos Institutos federais, aproximadamente 70% dos estudantes pertencem a famílias que possuem renda per capita de até 1,5 salários mínimos (SM). Já nas universidades, perto de 50% do público atendido vive com renda de até 4,5 SM. Para o ato da próxima segunda-feira também estão sendo mobilizadas as bancadas gaúchas na Câmara Federal, Senado, prefeituras e chefias de outros poderes do estado. "O nosso trabalho tem se orientado para a construção de um movimento não partidarizado, amplo, para que assim consigamos ampliar ao máximo essa Frente em defesa das instituições federais de ensino. Tenho certeza que o Dante Barone ficará pequeno diante do público que virá até o parlamento na próxima segunda-feira", opinou Pretto ao final do encontro. Também participaram da audiência representantes da UFRGS, Unipampa, UFPEL, Instituto Federal Sul-Riograndense, UERGS e UFCSPA. © Agência de Notícias
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