Roberto Mesquita está preocupado com endividamento da população da Capital

O deputado Roberto Mesquita (PV) disse nesta terça-feira (23/08), em plenário, estar preocupado com o aumento do endividamento da população de Fortaleza. Segundo ele, cerca de 70% dos fortalezenses estão endividados.

No entender do parlamentar, o elevado percentual “faz com que a luz amarela se acenda”, mostrando que a capacidade de consumir nos próximos meses está exaurida. “Isso ocorre no momento que a presidente Dilma sugere a população brasileira comprar para garantir postos de trabalho, e evitar que as indústrias fechem. Mas temos que levar em conta caber essa dívida dentro do orçamento, daí nossa preocupação”, completou.

Ele lembrou que a mesma atitude teve o ex-presidente Lula quando, por ocasião da última crise econômica mundial, incentivou a população a comprar, a fim de fomentar o comércio e a indústria e os impostos. “Ele tava certo, só que ainda não saímos da ressaca do consumo, do grau de endividamento que estamos enfrentando. Temos uma taxa de juros e os encargos mais altos do mundo; e ainda não temos a estabilidade no emprego que alguns países oferecem”, salientou.

O parlamentar disse que são grandes os apelos da propaganda, levando a população a consumir produtos fora de suas necessidades. Mesquita acredita que uma das uma das principais causas dessa inadimplência seja o desemprego. Para isso, ele defendeu a necessidade de industrializar o interior do Estado, destino de muitos fortalezenses em busca de melhor qualidade de vida.

“Uma família com renda de mil reais tem uma qualidade de vida melhor em Amontada do que a que vive em Fortaleza”, exemplificou. Mesmo reconhecendo a grande demanda de trabalho em cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), por exemplo, ele lamentou que o mesmo não ocorra em municípios como Amontada, Apoiarés e São João do Jaguaribe. “Daí temos que fazer esta reflexão”, ressaltou.

O parlamentar, que mesmo destacando a importância que a Copa de 2014 trará para o Estado, sobretudo para Fortaleza, defendeu a necessidade de se investir em serviços que gerem uma despesa continuada, como a construção de escolas profissionalizantes, hospitais e policlínicas, que darão “uma contrapartida de mais receitas para o Estado”.

Em aparte, o deputado Moesio (PSDB) disse que a preocupação de Mesquita é “pertinente” e ressaltou que há atualmente “uma Tensão Pré-Copa”, que tem majorado em 30% o preço dos restaurantes na Capital, fazendo com que a classe média venha a se endividar cada vez mais. “A presidente Dilma diz para consumir, mas eu diria que tem que pensar um pouco mais antes de comprar”, aconselhou.

LS/AM

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