Saúde pública é novamente tema de discussão em Plenário

A saúde pública no Espírito Santo voltou a ser tema de discussão durante a sessão ordinária desta segunda-feira (13) na Assembleia Legislativa (Ales). O deputado Euclério Sampaio (PDT) falou sobre as vítimas da saúde pública no Estado e requereu um minuto de silêncio para homenageá-las, tecendo severas críticas à atuação do secretário Anselmo Tozi.

Euclério anunciou a exoneração de um funcionário da Secretaria de Estado da Saúde, o que considerou uma prova de que as denúncias feitas por ele são consistentes. "Foi cancelado o contrato emergencial com a Medilar depois das minhas denúncias, mas têm outras empresas para aparecer ainda, umas construtoras. Tem muita coisa para aparecer", disse o deputado.

Com base no Regimento Interno da Casa, a Mesa Diretora leu um esclarecimento sobre o minuto de silêncio solicitado pelo deputado Euclério Sampaio na sessão da última quarta-feira (8), esclarecendo que não o concedeu por falta de consistência do pedido. De acordo com a Mesa, o pedido do deputado não era pertinente por ser de cunho político e partidário.

Deputados em Sessão

"O minuto de silêncio tem sido constantemente pedido pelo deputado e deve ser feito apenas quando se tratar de homenagem póstuma. Portanto, pedido de outra forma é antirregimental", reiterou a Mesa, reiterando que o pedido de minuto de silêncio só pode ser feito quando de uma homenagem póstuma.

Euclério Sampaio voltou à tribuna para pedir respeito aos cidadãos capixabas.

"Quero que a verba destinada à saúde seja aplicada corretamente e não sirva para encher o bolso de alguns. Demorou décadas para que muita gente fosse anistiada, mas eles conseguiram. Por isso não tenho medo e vou continuar na minha luta", frisou.

Deputada Aparecida Denadai

A deputada Aparecida Denadai, líder do PDT na Casa, reclamou que a palavra dos deputados do PDT vem sendo cerceada pela Mesa Diretora. Ela pediu isonomia no tratamento prestado aos parlamentares eleitos igualmente pelo povo capixaba.

"A decisão da Mesa de impedir os deputados de falar é que é de cunho político e partidário. Não podemos deixar essas pessoas morrerem doentes sem falar nada. O silêncio é em respeito a essas famílias. Impedir um minuto de silêncio por essas vítimas é que é uma vergonha, e repudio essa atitude da Mesa", salientou, defendendo o deputado Euclério Sampaio.

No entender da deputada, o colega parlamentar está em defesa do povo capixaba. Lembrou dos tempos da ditadura militar e garantiu que a democracia está sendo ameaçada na medida em que estão tentando calar os deputados. "Não é no grito que vão me calar. Se for para gritar, eu grito também", disse a parlamentar, aumentando o tom da voz.

Deputado Claudio Vereza

O deputado Claudio Vereza (PT) lamentou que um pequeno evento tenha sido transformado em um grande evento. Ele defendeu o secretário Anselmo Tozi, garantindo que é um dos "mais trabalhadores que tem nesse Estado". E continuou: "Acho que a denúncia que o deputado Euclério Sampaio pretendia fazer, por meio da Mesa, deveria ser encaminhada de outra forma".

Na visão do parlamentar, o deputado Euclério Sampaio errou ao pedir um minuto de silêncio genérico. "Se fosse o caso de fazer um voto de repúdio, poderia fazê-lo da tribuna. A liberdade de expressão do parlamentar é o que justifica a imunidade parlamentar" , assegurou.

Deputado César Colnago

O deputado César Colnago (PSDB), líder do Governo na Ales, fez em seguida um apelo no sentido de que sejam votados "importantes projetos" constantes da pauta, como o programa de Parcerias Público-Privadas enviado pelo Executivo.