Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
4 de Maio de 2024
    Adicione tópicos

    SE e Canadá trocam experiências na área de saúde mental e dependência química

    há 15 anos

    O trabalho em saúde mental desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em especial na área de dependência química, deverá trilhar novos caminhos a partir de 2009. Essa é a perspectiva do secretário Rogério Carvalho, que nesta quinta-feira, 18, participou da abertura do I Encontro Internacional 'Comparando os Desafios da Dependência Química e da Atenção Psicossocial em Sergipe-Brasil e Ontário-Canadá', no auditório do Centro de Hemoterapia (Hemose), em Aracaju.

    O evento é resultado dos contatos estabelecidos no ano passado pelo Governo de Sergipe com o Centro para Adicção e Saúde Mental (CAMH - Center for Addiction and Mental Health), localizado na cidade de Toronto, no Canadá. Além de Sergipe, os estados do Ceará e do Rio de Janeiro mantêm um convênio com a instituição canadense. O projeto está inserido numa iniciativa mais ampla de cooperação técnica entre os Ministérios da Saúde do Brasil e do país norte-americano.

    "Já tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho da equipe canadense, e agora com eles aqui vamos consolidar a parceria, no sentido de trazer para o Estado a experiência do CAMH", disse Rogério, referindo-se ao grupo formado por Gail Czukar (vice-presidente executiva de Política e Planejamento), Akwatu Khenti (diretor executivo de Relações Internacionais) e Glória Chaim (diretora clínica do Programa de Infância, Juventude e Família).

    Do Canadá, participou ainda a representante do Escritório de Pesquisa e Fiscalização do Ministério da Saúde, Bruna Brands. Ela é pesquisadora e veio expor a estratégia de Redução de Danos (RD) desenvolvida naquele país, um tema que também integra as discussões do evento. De acordo com a coordenadora de Atenção Psicossocial da SES, Ana Raquel Santiago, a RD tem sido a política prioritária para o desenvolvimento de ações junto a usuários de drogas. "Trata-se de uma estratégia de saúde pública que objetiva reduzir os danos daquelas pessoas que não podem, não querem ou não conseguem parar de usar drogas", explicou.

    A apresentação da experiência do Brasil nessa área ficou a cargo do representante do Ministério da Saúde, Décio Castro Alves, que ainda falou sobre as políticas nacionais para o enfrentamento dos desafios da adicção e atenção psicossocial. No âmbito local, o tema da redução de danos foi explorado por André Calazans, coordenador do programa de RD da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju. "Nosso objetivo é que esses diversos representantes, daqui e do exterior, exponham o que de fato vem dando certo na área de tratamento mental e dependência química e, a partir daí, nos ajude a construir um plano consistente", destacou Ana Raquel.

    Para as discussões foram convidados não somente a equipe da Atenção Psicossocial da SES, como também os gestores de outras áreas, a exemplo das redes de Atenção Básica e Hospitalar. Como Aracaju já desenvolve ações mais consolidadas nessa área, possuindo inclusive um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) exclusivo para atendimento a usuários de álcool e outras drogas, o convite estendeu-se aos profissionais dessas unidades, além dos gestores de saúde mental do município e do próprio secretário Marcos Ramos, que ao lado de Rogério Carvalho e da secretária adjunta de Estado da Saúde, Mônica Sampaio, participou da abertura do evento.

    Aprendizado mútuo

    A possibilidade de trocar conhecimentos e levá-los para o campo de trabalho, a partir da parceria estabelecida com o centro canadense, foi também destacada pelo diretor executivo de Relações Internacionais do CAMH, Akwatu Khenti. "Sabemos que somos uma unidade referência, mas há muito o que aprender com Sergipe. Nossa proposta é de que seja uma parceria de via dupla, isto é, que exista uma recíprocidade, caso contrário não será uma parceria" , disse Khenti, acrescentando que essa troca pretendida por ambos os grupos tende a ser positiva, já que todos têm um consenso sobre a abrangência do problema da dependência química e mental.

    Segundo ele, já foi possível perceber no Estado o compromisso dos profissionais com o usuário, algo incentivado através das capacitações promovidas pela SES. "Isso já é meio caminho andado. Se não há esse vínculo, fica difícil desenvolver qualquer ação", afirmou o canadense, que juntamente com seus colegas conhecerá de perto o trabalho desenvolvido em alguns CAPS da capital. A visita acontecerá nesta sexta-feira, 19, quando a equipe do CAMH também sentará com Rogério Carvalho e gestores da Atenção Psicossocial da SES para oficialmente fechar o acordo de cooperação técnica.

    "O tratamento para dependentes químicos e pessoas com transtornos mentais é, sem dúvida, uma tarefa que cabe a participação do Sistema Único de Saúde (SUS), e nós vamos encarar esse desafio, buscando parceiros para o desenvolvimento de novas tecnologias de reabilitação voltadas para os pacientes atendidos nos CAPS", enfatizou o secretário de Estado da Saúde. Segundo Rogério, Sergipe encontra na área da saúde mental um amplo espaço para experimentar, mas falta a cultura da sistematização. "É preciso que todos os passos aconteçam de forma ordenada e integrada às demais redes de saúde, justamente o que estamos tentando consolidar no Estado".

    Para Gail Czukar, vice-presidente executiva de Política e Planejamento do CAMH, essa tarefa se mostra para Sergipe como algo possível, já que aqui se encontram lideranças governamentais envolvidas com a causa. "É não apenas importante, como necessário, trabalhar com líderes interessados em investir em mudanças", destacou a canadense que no encontro apresentou duas conferências: 'Estigma e Saúde Mental - o que mostram as evidências e por que é uma barreira à eficiência do cuidado' e 'Política sobre Drogas do Canadá e Toronto: quais as estratégias, como são desenvolvidas, o que pode ser aprendido e aplicado'.

    CAMH

    O Centro é um hospital-escola reconhecido como a maior organização de adicção e saúde mental da América do Norte. Como instituição vinculada à Universidade de Toronto e como centro colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o CAMH enfoca cinco áreas fundamentais de atuação: tratamento, prevenção e promoção da saúde, educação, pesquisa e políticas públicas. "Possuímos atualmente 500 leitos psiquiátricos e cuidamos de cerca de 20 mil pacientes externos", informou Gail Czukar.

    • Publicações888
    • Seguidores3
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações425
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/se-e-canada-trocam-experiencias-na-area-de-saude-mental-e-dependencia-quimica/421106

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)