Seleção do MP Comunitário reúne multidão no Vergel do Lago

A comunidade do Vergel do Lago está mesmo envolvida com o Projeto Ministério Público Comunitário. No segundo dia de inscrições para seleção de agentes comunitários de cidadania mais de 200 pessoas já demonstraram interesse em participar da iniciativa feita em parceria com o Ministério da Justiça e com o apoio da Universidade Estadual de Alagoas, da Arquidiocese de Maceió, da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da Defensoria Pública e da Secretaria Estadual de Defesa Social. As inscrições para busca de bolsistas na comunidade se encerram nesta quarta-feira.

O projeto tem por finalidade contribuir para a democratização do acesso à justiça, por meio da mobilização e capacitação de agentes comunitários em mediação de conflitos por meio da contratação de equipes multidisciplinares, conforme as diretrizes do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI) de acordo com o Projeto Básico e o Plano de Trabalho aprovados pela Secretaria de Reforma do Judiciário. Alagoas é pioneira com o MP Comunitário, viabilizado no ano passado após um convênio assinado pelo procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares.

Segundo o promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa, coordenador do projeto, a partir da democratização da Justiça, será possível restituir ao cidadão e à comunidade a capacidade de gerir seus próprios conflitos de forma autônoma, emancipada e participativa, com os agentes comunitários credenciados e selecionados no Vergel do Lago, justamente para que haja uma sintonia entre os anseios, necessidades e valores locais com as ações a serem desenvolvidas, de acordo com o modelo de mediação comunitária. Ele participou de todo o procedimento de seleção ao lado das promotoras Hylza Torres e Marluce Falcão.

O reitor da Uneal, Jairo Campos, comemorou o alto índice de pessoas interessadas em participar do projeto. Para ele, a parceria será uma forma de intensificar a relação da universidade com a sociedade, apresentando resultados práticos do que é desenvolvido no dia a dia da Uneal. “Este diálogo é uma forma de chegar mais perto da comunidade. É uma forma simples de melhorar os nossos projetos de extensão, de preparar o nosso corpo acadêmico para realidade e que ao mesmo tempo fortalece os nossos cursos”, assegurou, lembrando a efetivação, em breve, de um curso pré-vestibular.

De acordo com a promotora de Justiça Marluce Falcão, coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos do MPE, a iniciativa é uma tentativa pioneira no Brasil de melhorar os indicadores sociais da comunidade. Ela explicou que cada agente de cidadania será responsável por traduzir em uma linguagem mais simples os direitos dos cidadãos mantidos nas leis, fazendo com que se perceba a importância da vida em sociedade mediante o apoderamento da cidadania, sem o uso da violência. “O nosso objetivo é fazer com que os participantes de um conflito percebam como é possível a construir uma solução justa e satisfatória para todos por meio do diálogo, sem julgamentos”, explicou.

A SELEÇÃO - Os interessados tem que se apressar, pois a seleção de agentes termina nesta quarta-feira. Eles devem procurar a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, entre às 8h e 14h, com cópia do RG e CPF, bem como comprovante de residência. As entrevistas de seleção serão feitas entre os dias 11 e 15 de abril. Os agentes receberão uma bolsa-auxílio de R$ 190 mensais. Os requisitos mínimos exigidos para seleção são idade mínima de 18 anos; Ensino Fundamental Completo; participação ou interesse em trabalhos sociais, voluntariado, movimentos populares; residir por, no mínimo, 2 anos no Vergel; ter referências judiciais e sociais favoráveis e não estar envolvido diretamente com atividade político-partidária.