Testemunhas são ouvidas sobre atropelamento no Lago Norte

Nesta terça-feira (26/09) ocorreu a audiência de Instrução e Julgamento do processo sobre o atropelamento da menor M.E.H de cinco anos de idade, morta no acidente, na QI 03 do Lago Norte. A criança foi atropelada no dia 18 de janeiro deste ano, na rua em frente a sua casa, por um caminhão-caçamba que fazia entrega de material de construção. Segundo o depoimento do motorista, Eliseu Caetano de Faria, 34 anos, ele prestou socorro à vítima ligando para o Corpo de Bombeiros e permaneceu no local do fato até a chegada da polícia. Infelizmente a menina não resistiu aos graves ferimentos. Na audiência, que começou às 14 horas e terminou às 16h 20, o Juiz Titular da 1ª Vara de Delitos de Trânsito ouviu quatro testemunhas arroladas pela acusação e uma pela defesa. As testemunhas ouvidas, vizinhas da vítima, afirmaram que estiveram no local do acidente, mas não presenciaram o atropelamento; prestaram esclarecimento sobre as condições de tráfego e visibilidade da rua (tomada em parte por material de construção colocado à frente de uma casa em reforma). A única testemunha que viu o que aconteceu foi o ajudante de depósito, Cleber dos Santos, arrolada pela defesa, que estava ao lado do motorista no momento da manobra fatídica. Cleber confirmou que o motorista não estava alcoolizado e que os dois viram a criança quando chegaram à rua para fazer a entrega, que a mesma estava montada em sua bicicleta com o pé na calçada e com um cachorro do lado. A testemunha afirmou ainda que no momento da manobra - uma ré para posicionar a entrega da carga - os ocupantes do veículo, ele e o motorista, observaram pelos retrovisores do caminhão e não viram ninguém atrás. Segundo ele, quando o veículo se movimentou os dois ouviram um barulho e após parar o caminhão desceram para ver o que havia ocorrido. De acordo com a testemunha, o motorista ficou desesperado quando viu a menina e passou a gritar perguntando pelos parentes da criança. Em seguida, segundo Cleber, Eliseu pegou o celular da empresa e ligou para o Corpo de Bombeiros. Perguntado sobre a carga que transportavam, Cleber afirmou se tratar de cimento e areia. O Juiz indagou da testemunha se o mesmo recebera treinamento ou orientação da empresa para qual trabalhava sobre como agir na hora em que o motorista fazia alguma manobra, e se ele havia descido do caminhão para observar se havia alguém atrás do veículo. O ajudante de depósito afirmou que não recebera nenhuma ordem nesse sentido e que só descia do caminhão nos casos de manobras longas e de maior dificuldade, o que não era o caso. O assistente de acusação, Dr. André Ávila, pediu a suspeição da testemunha por se tratar de pessoa interessada no processo, pois estava no caminhão no momento do atropelamento, pedido que foi indeferido pelo juiz. O Dr. André voltou a solicitar a reconstituição do fato.O juiz novamente negou o pedido, já indeferido anteriormente por despacho , pois segundo ele as declarações das testemunhas não trouxeram nenhum fato novo que justificasse a medida. O pai da criança, Sr. Andrew Hay, veio da Espanha para acompanhar o julgamento. Ao final da sessão, pediu ao juiz para usar a palavra ressaltando que sua filha “ era uma menina responsável e habilidosa e que considerava repugnante a tentativa da defesa de transferir a culpa do acidente para uma criança indefesa diante de um caminhão” Após ouvir as testemunhas, o Juiz encerrou a audiência e concedeu prazo sucessivo de cinco dias para as partes fazerem as alegações finais antes da sentença.