Tortelli debate com franceses sobre Pedagogia da Alternância

O deputado Altemir Tortelli recebeu, na noite de quarta-feira (4), uma Missão Francesa de Rhône Alpes, que tem atuação em Casas Familiares Rurais. Eles vieram por intercâmbio com a Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul (ARCAFAR-RS), que já enviou representantes à França no ano passado para troca de experiências.

Três lideranças francesas procuraram Tortelli por ele ser o autor do Projeto de Lei que originou a Lei 14.278, assinada no início do ano pelo Governador Tarso Genro, criando a Política de Educação para o Campo. Patrick Bartholomeo e Ludovic Buffavand, presidente e diretor da Federação de Casas Familiares Rurais de Rhôde, e Maurice Chaverot, representante da Federação na América Latina, se disseram satisfeitos pela iniciativa do deputado e do Governo em utilizar o método criado na França na década de 1930.

Conhecido como Pedagogia da Alternância, o método prevê a criação de Escolas Famílias Agrícolas e Casas Familiares Rurais, com o objetivo de dar condições de educação para jovens filhos de agricultores. O método pedagógico, que trabalha a realidade no campo, com aulas práticas nas propriedades, visa principalmente a sucessão rural. “Se conseguirmos a permanência dos jovens no meio rural evitaremos alguns dos males da sociedade, como o êxodo rural, o risco da segurança alimentar e o aumento dos bolsões de miséria nas grandes metrópoles”, analisa o deputado. Estudos apontam que 80% dos alunos que passam por esse tipo de formação continuam no campo, evitando assim o êxodo rural e contribuindo com o futuro da agricultura familiar e a produção de alimentos.

Atualmente a falta de um modelo específico de educação para o meio rural capaz de qualificar o jovem cria uma lacuna que gradualmente afasta os jovens do campo. O conteúdo oferecido na maioria das escolas do meio rural não são condizentes com a realidade do século XXI, nem mesmo com a cultura da agricultura familiar contemporânea.

Segundo o deputado, o Estado precisa ofertar instrumentos para os jovens, trabalhando esse tema de maneira estratégica e esse projeto é indutor de uma nova filosofia, sintonizada com os anseios, perspectivas e desafios do jovem do meio rural. A juventude só vai embora do campo por não achá-lo atraente e por acreditar que o mesmo não oferece boas oportunidades, nem estrutura de educação, consequência da carência de políticas públicas voltadas especificamente para esse grupo. “Tenho certeza de que com investimento robusto na educação no campo, em 10 anos, esse quadro evoluirá muito, visto que mais de 300 municípios tem suas economias eminentemente agrícola.