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17 de Junho de 2024
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    Trabalhadores da indústria têxtil expõem dura realidade da categoria a Ana Lucia

    A deputada estadual Ana Lúcia (PT) recebeu em seu gabinete na manhã desta terça-feira, 09/10, o sindicalista Giseldo Santos, e ouviu atentamente a exposição sobre a difícil situação dos trabalhadores da indústria têxtil em Sergipe. A parlamentar mostrou grande preocupação com a realidade exposta pelo sindicalista, e que já é conhecida, pois não é de hoje que as empresas têxteis vêm para Sergipe puxadas por incentivos fiscais do Estado, mas sem garantias de contrapartida social.

    A realidade dos trabalhadores da indústria têxtil em Sergipe tem sido de muitas incertezas e quase nenhuma garantia. Ao longo do ano de 2012, cerca de 40 empregados na empresa Tavex Corporation (Santista Têxtil) foram demitidos. A probabilidade desse quadro se agravar é grande, visto os episódios vivenciados pelos trabalhadores nos últimos dias.

    Sob alegação da necessidade de diminuir a produção para 40%, a indústria localizada em Nossa Senhora do Socorro pleiteou, em audiência no Ministério do Trabalho e Emprego, que em um período de 80 dias de trabalho, os funcionários formados em grupos de 40 tivessem 20 dias de folga, desse total, 5 dias a empresa colocaria no banco de horas, 5 seriam de abono e 10 dias dados como licença não remuneratória.

    A proposta não agradou os trabalhadores, que vivem com um salário de R$ 800, e os descontos da forma pleiteada pela empresa prejudicaria substancialmente a categoria.

    O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Sergipe (Sinditextil) lançou como contraproposta que fossem abonados 10 dias e os outros 10 fossem para o banco de horas, e o compromisso da empresa em manter a estabilidade dos funcionários. No entanto a Santista não concordou em dar a garantia de manter os funcionários, e o impasse não foi resolvido. A empresa segue ameaçando de demissão pelo menos 30 funcionários em um cenário onde os operários estão sobrecarregados.

    Pela seriedade do problema, a deputada Ana Lúcia está tentando uma audiência com o governador em exercício, Jackson Barreto, para tratar exclusivamente do assunto e buscar caminhos para amenizar o drama dos trabalhadores desse setor.

    Doenças do trabalho

    Aproximadamente 40 funcionários deram entrada em licenças por motivos de saúde pelo INSS. Os trabalhadores das indústrias sergipanas desse setor se veem cada vez mais apreensivos na luta pela garantia de direitos e ao trabalho digno.

    Muitos têm sofrido com lesões pelo excesso de trabalho, já que com as demissões a quantidade de trabalho aumentou. Além disso, casos de alergia e problemas respiratórios têm aumentado entre os funcionários, já que o material usado tem substâncias tóxicas e a matéria-prima, o algodão, muitas vezes tem alto teor de agrotóxicos. A toda essa exposição a qual o empregado é submetido não é dada nenhuma garantia pela periculosidade.

    “Muitas vezes o algodão recebeu uma quantidade tão absurda de inseticida agrícola que ao chegar no consumidor final do tecido ele pode desenvolver uma alergia”, explica Giseldo Santos, presidente do Sinditextil.

    Ele acrescenta ainda que os operários estão em contato com outras substâncias na indústria, tais como soda cáustica, hidróxido de carbono e vários outros produtos tóxicos. “Tem pessoas com idade de 17 a 20 anos que já estão com a capacidade respiratória comprometida, além de perda auditiva e problemas nas articulações, porque além do problema da sobrecarga ainda tem o problema do material químico e tóxico com o qual os funcionários são obrigados a trabalhar”, informou.

    Panorama atual

    Para Giseldo a possibilidade da extinção da indústria têxtil em Sergipe é grande, já que pelo menos 10 indústrias que existiam em Aracaju fecharam as portas, a exemplo da Sergipe Industrial, Riachuelo, Confiança e Santista, restando apenas duas indústrias.

    “Se continuar dessa forma a tendência é o setor têxtil desaparecer do estado. Muitas dessas empresas começam recebendo incentivos fiscais do Estado e isso não reflete positivamente para o trabalhador em nada, já que não dá garantia ao emprego, nem aumento salarial e nem aumenta o número de postos de trabalho. E quando chega o período em que realmente deve começar a contribuir como deveria, simplesmente elas fecham as portas e vão embora. Os trabalhadores é que perdem, e a população perde também, pois deixa de ser cobrado o imposto que poderia ser investido em serviços à comunidade”, avalia o presidente do sindicato.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/trabalhadores-da-industria-textil-expoem-dura-realidade-da-categoria-a-ana-lucia/100120336

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