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16 de Junho de 2024
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    Tribunal garante cirurgia de quadril a vítima de acidente

    Por unanimidade, os desembargadores da 2ª Câmara Cível deram parcial provimento à apelação interposta pelo Estado de MS contra decisão que o obrigou a fornecer gratuitamente a E.A.B. o procedimento cirúrgico de artroplastia total não cimentada em titânio e com revestimento articular de baixo desgaste (cerâmica), e determinou a intimação pessoal do Secretário de Saúde do Estado para comprovar o agendamento da cirurgia, sob pena de responder pessoalmente por desobediência.

    De acordo com os autos, E.A.B. ajuizou a ação por ser portador de coxartrose não especificada, decorrente de uma lesão sofrida após acidente de trânsito, e requereu procedimento cirúrgico em seu quadril esquerdo, alegando agravamento do seu estado de saúde e qualidade de vida.

    O Estado afirma que o apelado pretende compeli-lo a fornecer cirurgia com prótese de cerâmica ou a custear procedimento cirúrgico em hospital particular e lembra que o SUS disponibiliza a cirurgia e os materiais necessários. Ressalta que a prótese fornecida pelo SUS não é requerida, que é de custo elevado, mas a disponibilizada pela rede pública é de outro material (prótese cimentada) de igual eficácia.

    Alega ainda que a cirurgia é procedimento eletivo e não deve ser considerada como de urgência, de modo que o autor passará na frente de inúmeros pacientes que aguardam a realização de procedimento cirúrgico nos hospitais públicos. Requer ainda que o Secretário de Estado de Saúde não seja responsabilizado pessoalmente e pede o provimento do recurso para julgar improcedente o pedido inicial.

    O relator do processo, Des. Marcos José de Brito Rodrigues, aponta que o médico responsável pelo laudo do paciente não assevera urgência ou risco à vida do autor, de modo que, em princípio, a cirurgia seria eletiva.

    Observa o desembargador que E.A.B. ingressou com a ação em 2013 e, apesar da concessão da tutela antecipada, até o momento o procedimento ainda não foi realizado, tanto que o Estado peticionou no feito em fase recursal informando o agendamento de consulta para avaliação no mês de junho.

    “Assim, decorridos mais de dois anos, a situação não teve evolução, o que reforça a ideia de que o provimento judicial deve ser mantido na tentativa de assegurar a realização da cirurgia o quanto antes, pois, se havendo judicialização da questão, a determinação ainda não foi cumprida, quiçá se o paciente estivesse apenas aguardando ser chamado na fila do SUS”, explicou.

    Quanto à pretensão de E.A.B. em realizar a cirurgia em hospital particular e com a utilização de materiais não disponibilizados pelo SUS, o relator manifestou-se pelo não acolhimento da pretensão por não ser razoável e, portanto, reformou a sentença no sentido de assegurar a realização da cirurgia pedida pelo autor, porém em hospital de referência pública, por profissionais da rede pública e com a prótese cimentada disponibilizada pelo SUS, e não a de cerâmica como pretendia o requerente.

    Entendeu, por fim, ser descabida a responsabilização do Secretário de Estado de Saúde em caso de descumprimento da ordem judicial, por existir outros meios de coerção e substitui a responsabilidade pessoal por multa diária no valor de R$ 2.000,00 em caso de descumprimento.

    Processo nº 0826048-96.2013.8.12.0001

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