Uma ameaça necessária
Estudo divulgado pela Agência Estadual de Regulamentação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs) alerta sobre a possibilidade de que os apagões por falta de energia elétrica ocorridos neste verão voltem a ocorrer nos meses de inverno. De acordo com o presidente da entidade, Carlos Martins, se persistir o aumento do consumo os gaúchos terão dificuldades. “Fornecimento de energia é um problema real”, disse ele. Mas os apagões não se restringem apenas ao Rio Grande do Sul. Eles afetam o país como um todo. Por se tratar de um serviço essencial para a vida das pessoas, urge que tomemos medidas urgentes para que a previsão da Agergs não aconteça. E é isso que estamos fazendo na Assembleia Legislativa.
Partindo da premissa da urgência e do alto custo para a realização de investimentos na ampliação da geração e fornecimento de energia elétrica, pelos sistemas tradicionais, adotei como uma das prioridades do meu mandato a exploração daquele que pode se tornar o pré-sal dos gaúchos: o carvão mineral. Detentor de noventa por cento das reservas do país, a exploração do carvão gaúcho tem tudo para se consolidar como a solução mais rápida, barata e eficiente para impedir o colapso do setor energético brasileiro.
E o primeiro grande passo já foi dado. Graças a uma mobilização dos parlamentos gaúcho e catarinense, o governo federal, no ano passado, inseriu o carvão mineral nos leilões de energia promovidos pelo Ministério de Minas e Energia. Mas só isto não basta. É preciso o mais rápido possível promover um amplo debate sobre o problema de fornecimento de energia no Rio Grande do Sul. Não há mais razão para protelar o aproveitamento do carvão enquanto fonte geradora de energia. Está mais do que comprovado que o uso do carvão mineral pode dar a estabilidade energética e o desenvolvimento econômico que o estado precisa.
Nessa discussão, precisamos mais do que nunca aprender a utilizar essa riqueza em prol de um desenvolvimento sustentável. E o receio de que a utilização do carvão mineral possa ocasionar danos ambientais, com o avanço tecnológico, não mais se justifica. Se os Estados Unidos e a Alemanha já fazem uso do carvão com tecnologia avançada, utilizando equipamentos eficazes no controle ambiental, nós também podemos fazer o mesmo.
Fica, pois, o meu convite, para que todos os gaúchos se somem a este esforço. Está provado que o Rio Grande quando consegue se unir faz as coisas acontecerem. Foi assim com o Polo Petroquímico de Triunfo e será assim com a exploração do nosso carvão mineral. O Parlamento gaúcho está fazendo a sua parte, promovendo o debate desse tema através da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral, que deverá resultar numa legislação adequada para a utilização sustentável dessa riqueza mineral.
O Rio Grande é pujante demais para permitir que seu desenvolvimento fique a mercê das condições climáticas. Façamos então a nossa parte, para termos a certeza de não estarmos fazendo menos do que é possível, mas o máximo do que é necessário.
*Deputado Estadual
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