Valdemar Costa Neto renuncia ao cargo de deputado após ter prisão decretada
BRASÍLIA, 5 dez (Reuters) - Logo após a expedição de um mandado nesta quinta-feira para que seja preso após condenação no julgamento do mensalão, Valdemar Costa Neto (PR-SP) renunciou ao cargo de deputado federal.
Em carta lida em plenário pelo deputado Luciano Castro (PR-RR), Costa Neto, que à época do mensalão presidia o PL, partido que antecedeu o PR, afirma que não deseja impor ao Parlamento o "constrangimento" de ter de avaliar uma possível cassação do mandato por conta da condenação.
"Certo de que pagarei pelas faltas que já reconheci, reitero que fui condenado por crimes que não cometi. Serenamente, passo a cumprir uma sentença de culpa, flagrantemente destituída do sagrado direito ao duplo grau de jurisdição", afirma, na carta de renúncia.
O ex-parlamentar foi condenado a 7 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O relator da ação penal do mensalão e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pediu nesta quinta-feira a prisão de Costa Neto e de mais três condenados no julgamento: os ex-deputados Pedro Correa (PP) e Carlos Rodrigues (do então PL, hoje PR) e o ex-diretor do Banco Rural, Vinícius Samarane.
Correa foi condenado a 7 anos de 2 meses pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, mesmos crimes pelos quais foi condenado Rodrigues --conhecido como Bispo Rodrigues-- a 6 anos e 3 meses.
Samarane recebeu a pena de 8 anos e 9 meses pelos crimes de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira.
O mensalão foi um esquema de compra de apoio político no Congresso deflagrado no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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