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5 de Maio de 2024
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    Varejista não pode financiar vendas com juros pelas taxas médias de mercado

    Decisão do STJ considera que contrato de compra e venda a crédito de mercadorias é regido pelas disposições do CC.

    Publicado por Rodrigo Gean Sade
    há 4 anos

    Isso significa que se você tiver feito um crediário em uma loja Lojas Americanas, Casas Bahia, Magazine Luiza, Renner, etc.,as taxas de Juros Aplicadas só poderão ser de 12% ao ano, conforme prevê a Lei. Portanto, basta entrar com uma ação judicial para contestar o valor da dívida, exigindo a quantia paga com os juros absurdos, ainda que as taxas tenham sido aceitas no contrato.

    Vamos ao teor da Notícia jurídica:

    A 3ª turma do STJ negou provimento a recurso de varejista que versava sobre a estipulação, em suas vendas a crédito, pagas em prestações, de juros remuneratórios superiores a 1% ao mês, ou a 12% ao ano, de acordo com as taxas médias de mercado. A decisão foi proferida em sessão por videoconferência nesta terça-feira 28.

    Trata-se no caso de consumidor que comprou uma câmera fotográfica na loja em prestações, com a incidência de juros remuneratórios superiores a 1% ao mês. Em 1º grau o juízo extirpou do contrato a cobrança de juros capitalizados e limitou a taxa de juros remuneratórios a 1% ao mês e, consequentemente, a 12% ao ano. O TJ/MG manteve a sentença.

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    A ministra Nancy Andrighi, relatora, entendeu que a orientação adotada pelo Tribunal de origem, de submeter os juros remuneratórios ao limite legal, não merece reforma. Conforme Nancy, a cobrança de juros remuneratórios superiores aos limites estabelecidos pelo CC/02 é excepcional e deve ser interpretada restritivamente.

    A Lei 6.463/77 não é capaz de ensejar cobrança de juros remuneratórios superiores aos limites de 1% ao mês ou 12% ao ano nos contratos de compra e venda de mercadorias à prestação, eis que a possibilidade de pactuação pelas taxas médias de mercado é limitada às instituições financeiras, submetidas ao controle e fiscalização do CMN.”

    No caso, prosseguiu S. Exa., a compra e venda a crédito, mediante o pagamento em prestações, firmada entre as partes, é regida pelas disposições do CC, não sendo disciplinado pelas normas do CMN e do BC, haja vista a recorrente não ser uma instituição financeira.

    Dessa forma, por não ser instituição financeira, a recorrente não se encontra submetida ao controle, fiscalização e às políticas de concessão de crédito definidas pelo referido órgão superior do Sistema Financeiro Nacional e não pode firmar contratos bancários, como o de financiamento, contratando juros pelas taxas médias de mercado.

    O colegiado negou provimento ao recurso, com fundamentação diversa proferida pelos ministros Cueva e Bellizze.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/varejista-nao-pode-financiar-vendas-com-juros-pelas-taxas-medias-de-mercado/840634931

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