Villaverde repudia censura a debate sobre defesa da democracia na UFRGS
Ao se associar às manifestações de entidades de defesa da democracia contra moção de repúdio de vereadores da capital a um debate realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o deputado Adão Villaverde (PT) denunciou a censura à natureza crítica do conhecimento e à própria autonomia da instituição universitária.
Para Villa, a moção aprovada por parte da Câmara de Vereadores, por diferença de um único voto, no último dia 20 de abril, contra um ato em defesa da democracia, realizado com a autorização da reitoria da UFRGS e coordenação de um professor da instituição, é uma verdadeira salada de frutas ideológica, rasteira, sem conteúdo, sem fundamentação e consistência que recorre a ataques intolerantes ao reitor, ao vice-reitor e professores.
“É lamentável e inaceitável que a moção seja estimulado pelo velho MDB, que tinha outra concepção do papel histórico da universidade, como espaço dialético da capacidade crítica e da ideia de desenvolver o senso crítico de forma plural”, disse o parlamentar.
A moção, naturalmente, foi repudiada por diversas organizações democráticas porque evidencia, sobretudo, uma tentativa de cerceamento do debate de ideias, imprescindível em uma instituição que tem a missão de propagar o conhecimento, estimular a atitude crítica e fortalecer a formação de cidadãos dentro das regras institucionais do Brasil.
O documento, rejeitado por diversas bancadas do Legislativo municipal, inclusive do PT, também expõe um posicionamento partidário instigado por um vereador do PMDB, a mesma sigla do vice presidente que conspira abertamente contra a presidenta da República, coordenando um golpe à Constituição, em parceria com o presidente da Câmara Federal, denunciado por falta de decoro parlamentar e acusado de recebimento de propinas. Mas partido também do nosso colega Ibsen Pinheiro e do vice- prefeito da capital Sebastião Pinheiro.
Entre seus equívocos, a moção refere-se à ocorrência de uma suposta “lavagem cerebral” no evento, que soa como um atentado à inteligência de professores e alunos universitários participantes do encontro. Neste sentido fantasioso, igualmente inventa a promoção de uma “apologia contra as instituições democráticas”, que é exatamente o oposto do que se propôs o evento, lastreado no respeito à Constituição. Também alude “à violação dos direitos humanos” em uma notória falta de argumentação consistente e séria para justificar a contrariedade dos seus interesses particulares.
Villaverde observou que se fosse usada a mesma régua para adotar o critério de repúdio a um debate se poderia pedir às Câmaras locais para repudiar as universidades de Fortaleza, Recife e até a faculdade de Direito de São Paulo, onde a histriônica Janaina Pasqual promoveu ato a favor do golpe.
“Não faríamos isto jamais, por quem tolheu e censurou foi a ditadura, o regime autoritário, de golpes, torturas e eleições ilegítimas”, acentuou ele.
Ao final, Villaverde pediu ao PMDB para revisar sua posição: “Espero que também a ida do reitor à Câmara hoje possa reverter a votação para recuperar o papel do Legislativo municipal em defesa da democracia, como elemento fundante da política e da sociedade”.
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.