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3 de Maio de 2024

Desenvolvimento econômico

Desafios do modelo de crescimento sustentável.

Publicado por Fabio Calegari
há 7 anos

Resumo:

Este trabalho trata-se em um aspecto econômico os desafios do modelo de desenvolvimento em uma economia o qual tem como objetivo a sustentabilidade. Os modelos convencionais e atuais de crescimento econômico levam a um grande aumento na riqueza e oferta de produtos, por outro lado grave desequilíbrio no meio ambiente, crescimento da miséria, degradação ambiental e um aumento da poluição. Esta pesquisa vai ao encontro de quais os desafios, as resistências para equilibrar as dimensões econômicas, sociais e ambientais. Desta forma, teve como objetivo principal identificar as possíveis falhas e desafios do modelo de desenvolvimento econômico sustentável, assim como analisar os impactos econômicos, ambientais, sociais e as principais dificuldades de equilibrar desenvolvimento com sustentabilidade. Além disto, também tem o intuito de entender a importância de ter um desenvolvimento econômico com qualidade em vez de quantidade, com erradicação da pobreza e preservação da biodiversidade. O crescimento econômico tende a ser insustentável levando ao esgotamento dos recursos naturais, por isso devemos ter consciência de que os recursos naturais estão cada dia mais escasso e são finitos.

Palavras chave: Desenvolvimento sustentável; Crescimento econômico; Problemas ambientais

ECONOMIC DEVELOPMENT: CHALLENGES OF SUSTAINABLE GROWTH MODE

Abstract

This work is in an economic aspect the challenges of the development model in an economy which aims at sustainability. Conventional and current economic growth models lead to a large increase in wealth and supply of products, on the other hand serious imbalance in the environment, growing poverty, environmental degradation and increased pollution. This research meets the challenges which the resistors to balance economic, social and environmental dimensions. Thus, aimed to identify possible failures and challenges of sustainable economic development model, and analyze the economic, environmental and social impacts and the main difficulties of balancing development with sustainability. Moreover, it also aims to understand the importance of having an economic development with quality rather than quantity, with poverty eradication and biodiversity conservation. Economic growth tends to be unsustainable leading to the depletion of natural resources, so we must be aware that natural resources are becoming scarcer day and are finite.

Key-words: Sustainable development, Economic growth, Environmental problems

1 Introdução

Esta nova visão sobre o desenvolvimento extrapola o domínio da economia com sua dimensão social, ambiental e institucional, apoiado em um novo paradigma. Este artigo tenta mostra em um aspecto econômico os desafios do modelo de desenvolvimento em uma economia o qual tem como objetivo a sustentabilidade. O principal desafio é construir um indicador, constituído por inúmeras variáveis, associados em diversas formas e significados mais amplos que se referem. Atualmente o desenvolvimento sustentável toma feição concreta em cada país, respondendo aos problemas e oportunidades de cada nação. Os modelos convencionais e atuais de crescimento econômico levam a um grande aumento na riqueza e oferta de produtos, por outro lado grave desequilíbrio no meio ambiente, crescimento da miséria, degradação ambiental e um aumento da poluição.

Esta pesquisa vai ao encontro de quais os desafios, as resistências para equilibrar as dimensões econômicas, sociais e ambientais. No contexto do desenvolvimento sustentável, o propósito é um novo modelo de desenvolvimento que seja ambientalmente responsável e viável. O princípio fundamental é conseguir um equilíbrio justo entre as necessidades sociais, econômicas e ambientais das gerações presentes e futuras firmando compromissos mundiais entre os países em desenvolvimento e desenvolvido, assim como entre governos e setores da sociedade civil para o bem comum.

A pobreza é apontada hoje como causa da rápida deterioração dos recursos naturais, mas por outro lado o modelo de consumo dos países industrializados leva ao aumento do fator de agravamento da situação atual. O objetivo principal é identificar as possíveis falhas e desafios do modelo de desenvolvimento econômico sustentável, assim como analisar os impactos econômicos, ambientais, sociais e as principais dificuldades de equilibrar desenvolvimento com sustentabilidade.

Talvez o grande desafio do desenvolvimento sustentável seja trazer os problemas ambientas para o centro das tomadas de decisões econômicas, levando para o centro do planejamento futuro. Assim justifica entender os desafios e a importância de ter um desenvolvimento econômico com qualidade em vez de quantidade, com redução do uso de matéria prima e aumento da reciclagem. O crescimento econômico tende a ser insustentável levando ao esgotamento dos recursos naturais, por isso devemos ter consciência de que os recursos naturais estão cada dia mais escasso e são finitos.

2 Crescimento e desenvolvimento econômico

Segundo Simonsen (1995), Desenvolvimento econômico é o processo de enriquecimento dos países, a demanda cria o seu potencial produtivo, desta forma seria acumulação de produção e riqueza tendo aumento na capacidade de produção de uma economia. Para Shapiro (1985), é como um processo onde a renda nacional (bens e serviços) aumenta em certo período, sendo que o ritmo de desenvolvimento tem que ser superior o da população.

No processo de desenvolvimento econômico tem como base ajuste institucionais, jurídicos e fiscais, tendo incentivos a inovações e ao investimento para que haja um sistema eficiente de produção, circulação e distribuição de bens e serviços (SOUZA, 1993).

Já para Furtado (1964), não pode ser só o crescimento da produção e renda, mas sim visar uma distribuição igualitária e justa a sua população, tendo uma redução da pobreza, elevar o poder de compra, melhorar as condições de trabalho e moradia, desta forma ampliando os benefícios sociais. Celso Furtado, atribuindo a ideia de Marx, desenvolvimento caracteriza o mundo moderno com clareza no lucro e maximização no acumulo de capital. Para tal formou-se os estados nacionais com seus governos para viabilizar a industrialização, administrando o processo de desenvolvimento com incentivos variados, investimentos e proteção da indústria.

Em uma economia capitalista a qual vivemos hoje, a ideia de desenvolvimento econômico geralmente vêm acompanhados de acumulação de capital, geração de renda e financiamentos, mercados consumidores e exploração de recursos naturais. Este fenômeno ocorreu quando os países passaram a adotar o capitalismo em suas economias, caracterizado pelo aumento da produtividade sustentada, aumento da renda per capita, sistema de acumulação de capital e progresso tecnológico. Uma vez adotado o capitalismo, o desenvolvimento econômico tende a ser autossustentado na medida em que á acumulação de capital e conhecimentos tecnológicos porem as taxas de desenvolvimento não são as mesmas para todos, variam conforme a capacidade de cada nação com seus recursos naturais e tecnológicos (LANDES, 1998).

Segundo Smith (1789) propõe em primeiro uma renda abundante ou no mínimo de subsistência para o povo e em segundo suprir o estado, ou seja, renda para financiar serviços públicos, assim enriquecer o povo e o estado. O progresso consiste na capacidade de uma economia acumular riqueza, defendendo o mercantilismo para tal acumulação, desta forma a circulação dos bens de consumo determinaria a riqueza real ou pobreza de um país dependendo totalmente da abundância ou escassez destes bens de consumo.

Podemos definir dois critérios para medir o desenvolvimento econômico: dado pela renda e dado pela produção de cada país. Podemos considerar um país subdesenvolvido cuja renda per capita da população é muito baixa ou considerando só o PIB que resulta em uma distribuição de renda muito baixa. Portanto um PIB reduzido corresponderá a uma renda per capita constante ou em redução à medida que a população aumenta. Com a falta de investimento, uma economia não pode se desenvolver a carência de capital e o aumento da população agravam a situação econômica, pois o aumento da produção não é só resolvido com aumento da mão de obra, mas sim com aumento de capital (SOUZA, 1993).

3 Origem do desenvolvimento sustentável

No ano de 1972 em Estocolmo foi realizada uma conferência que representou um grande passo para a discussão sobre os problemas ambientais. Antes nunca tinha sido pensado em tal assunto achando que a terra suportaria toda ação humana e que os recursos naturais eram infinitos, a partir disso o tema ambiental começou a integrar a agenda política internacional (RIO+20, 2012).

O termo desenvolvimento sustentável surgiu em 1980 e consagrado em 1987 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. De acordo com o relatório de Brundtland (1987), desenvolvimento sustentável é o crescimento econômico a fim de atender as necessidades e aspirações futuras, que atende as necessidades do presente sem comprometer os recursos para as gerações futuras. Este relatório teve repercussão mundial, aprovado por 172 países em 1992 no Rio de Janeiro durante a realização da Conferencia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, desde então tem sido incorporada à agenda de numerosos países.

Em uma citação do Relatório Brundtland:

Desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforça o potencial presente e futuro, afim de atender às necessidades e aspirações futuras... É aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (COMISSÃO BRUNDTLAND, 1987).

A Comissão para o Desenvolvimento Sustentável (CDS) das Nações Unidas organizou em 2002 uma nova conferência em Johanesburgo, África do Sul para analisar os resultados e progresso alcançados da Agenda 21 após dez anos da conferência no Rio de Janeiro. Com 100 chefes de estado, o objetivo geral era manter o compromisso mundial com o desenvolvimento sustentável e cooperação entre países, e ainda foram firmadas metas para erradicação da miséria, promoção da saúde, saneamento básico e definição sobre destino de lixos. Com êxito foi estabelecido à criação de metas para o uso de energias renováveis (RIO+20, 2012).

O principal conceito sobre sustentabilidade recai sobre um exame crítico da exploração dos recursos naturais, orientação dos investimentos e do equilíbrio entre desenvolvimento e preservação de acordo com as necessidades sociais de cada economia, reafirmando também a diferença profunda entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. O mérito está na identificação de um diagnóstico da crise ambiental e social, tendo princípios como a igualdade social, democracia e um sistema internacional de mercado mais equitativo. Contudo é importante examinar cuidadosamente os limites desses conceitos e as condições econômicas, políticas e sociais (GIANSANTI, 1999).

O termo sustentável do ponto de vista ecológico é a tendência dos ecossistemas à estabilidade, ao equilíbrio dinâmico, a funcionarem na base da interdependência e da complementaridade, reciclando matérias e energias. Fica claro muitos desafios para garantir sustentabilidade do patrimônio natural, aliada a um desenvolvimento econômico e social eficiente (GIANSANTI, 1999).

Os atuais modelos econômicos geram muita riqueza no mundo, mas por outro lado grande desequilíbrio no meio ambiente como poluição e degradação ambiental. O crescimento econômico sustentável busca conciliar preservação ambiental com desenvolvimento econômico, entendendo como parte do processo e não isoladamente, assim tendo um equilíbrio entre eles (CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1992).

Conforme a Rio-92, os governantes devem ter um instrumento de planejamento para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis, que harmonizem proteção ambiental com eficiência econômica. Todo Estado soberano tem o direito de usar os seus recursos naturais de acordo com suas necessidades de desenvolvimento, mas de modo sustentável. O objetivo é promover o gerenciamento sustentável das florestas, tendo compromissos políticos em longo prazo (CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1992).

Martine (1996) destaca que é fundamental observar que existam problemas ambientais com níveis e gruas diferenciados, embora não haja um consenso generalizado dos problemas ambientais pressupondo o básico e resumido que os problemas sejam pelo efeito estufa, redução da camada de ozônio, acumulo de lixo tóxico, perda da biodiversidade e pelo esgotamento dos recursos naturais, esses fenômenos causam danos irreversíveis para a humanidade. Podemos destacar o uso inadequado das tecnologias ou uma combinação de fatores como crescimento populacional desordenado e administração inadequada dos recursos naturais, esses contribuem com menos intensidade, porém ainda muito grave, mas suscetíveis de serem controlados e revertidos em um prazo relativamente curto com uso adequado de tecnologia disponível.

O termo sustentável do ponto de vista ecológico é a tendência dos ecossistemas à estabilidade, ao equilíbrio dinâmico, a funcionarem na base da interdependência e da complementaridade, reciclando matérias e energias. Fica claro muitos desafios para garantir sustentabilidade do patrimônio natural, aliada a um desenvolvimento econômico e social eficiente (GIANSANTI, 1999).

A relação entre desenvolvimento, população e meio ambiente representa a variável que determina o grau de degradação ambiental global, constituídos pelos padrões de produção e consumo derivados da industrialização e do desenvolvimento. As perspectivas do desenvolvimento das atuais condições da economia mundial, para os países pobres existem apenas um modelo de desenvolvimento a seguir, o modelo neoliberal. Com grandes diferenças entre países e regiões que influenciam no sistema político e econômico não há garantia de mercado que possa levar ao progresso em todas as regiões do mundo ou igualdade social entre povos, a ausência de mecanismos de controle e redistribuição da exploração de recursos humanos e naturais para compensar o desequilíbrio de mercado nos países subdesenvolvidos e não competitivos acentua a diferença social da população (MARTINE, 1996).

Os dados e as estimativas a respeito da contribuição relativa de diferentes países nos problemas ambientais sejam objeto de grandes debates, parece que a ameaça mais grave recai sobre os países desenvolvidos e industrializados, apesar de que a perda da biodiversidade dos países do hemisfério norte aparentemente nunca teve grande diversidade genética, o esgotamento de recursos naturais não renováveis vem, contudo da civilização industrial. A biodiversidade restante reside em grande parte nos países pobres e subdesenvolvidos, e estes sem duvida estão destruindo rapidamente suas reservas através do desmatamento e produção agrícola em grande escala e extensões de terras (MARTINE, 1996).

As políticas nacionais podem ser diferentes e devem estar baseadas nas dotações de recursos naturais, humanos e de capital existente em cada economia. Os países deveriam avançar e aperfeiçoar sua estratégia de desenvolvimento dentro de um novo modelo ao invés de resistir a novas tecnologias e padrões de produção, a manutenção do desenvolvimento econômico com a sustentabilidade é um item essencial ao longo do tempo. Em uma economia o capital físico, social, natural e humano deve ser preservado, como não há possibilidade de substituição absoluta dentre eles, à medida que o capital natural passe a representar uma restrição ao desenvolvimento econômico, apenas com a mudança nos padrões de produção e consumo e economia conseguirá desenvolver no padrão sustentável (IPEA, 2013).

Podemos compreender que a terra esta aberta para troca de energia e matérias e logo em seguida tem atualmente a atividade econômica e humana, assim são capazes de promover profundas transformações no sistema global em escala acelerada. A crença de que o desenvolvimento econômico deveria ser continuado acarretou em vários questionamentos e debates sobre impactos ambientais e da exploração predatória dos recursos naturais, como exemplo podemos citar as sucessivas crises de escassez de recursos como o petróleo na década de 70, estes e outros fatos provocaram grandes discussões sobre os modelos de desenvolvimento econômico o qual é fundamentado no uso irrestrito dos recursos naturais, entendido até então abundantes (IPEA, 2010).

4 Metodologia

Para alcance dos objetivos propostos, foram utilizadas bibliografias de diversos autores sobre desenvolvimento, crescimento econômico e desenvolvimento sustentável. A partir da discussão teórica tornou-se importante verificar os desafios propostos para o novo modelo de desenvolvimento.

Esta pesquisa tem caráter exploratório, com base no referencial teórico tentará relacionar com as reais condições das necessidades econômicas atuais, os desafios para o novo modelo de desenvolvimento o qual tem como o principal objetivo a sustentabilidade, equilibrando as dimensões sociais, econômicas e ambientais.

Foram coletados dados do desmatamento, oferta de energia renovável e não renovável do Brasil como forte indicador de sustentabilidade, bem como foi analisado os impactos da atividade econômica ao meio ambiente devido à exploração dos recursos naturais.

O texto foi fundamentado em teorias sobre crescimento, desenvolvimento econômico, igualdade social e sustentabilidade. Foram pesquisados relatórios internacionais sobre desenvolvimento sustentável e relatórios ambientais.

O problema é encontrar um equilíbrio entre desenvolvimento e o meio ambiente, se justificando através desta pesquisa que os recursos naturais são finitos e precisamos garantir as futuras gerações.

5 Desafios para o modelo de crescimento sustentável

O percurso para atingir o desenvolvimento sustentável exige enorme esforço de investimento de capital de fontes públicas e privadas. Os estados devem promover políticas públicas direcionando os investimentos e gastos públicos para a promoção da sustentabilidade nas dimensões econômicas, sociais e ambientais. È indispensável à parceria público-privado para estimular as atividades econômicas sustentáveis, principalmente na área tecnológica onde dependem de um apoio inicial para redução de riscos e criação de infraestrutura (ATITUDES SUSTENTÁVEIS, 2013).

A teoria econômica tradicional não leva em conta o meio ambiente, o padrão de comércio foi analisado por muitos anos basicamente como capital e trabalho. Desta forma a teoria econômica tradicional o meio ambiente era tratado como depósito infinito de recursos naturais e com capacidade infinita de absorver os resíduos oriundos das atividades econômicas (IPEA, 2010).

Um grande problema é ter em conta o princípio de responsabilidade comum, os países desenvolvido o qual tem como base um modelo insustentável de crescimento, deve seguir as iniciativas internacionais por mais complexo, difícil e custos elevados de investimentos que se tenha, seria crucial para as economias emergentes conseguirem os parâmetros de modelo sustentável. Nos últimos anos os governos passaram a incorporar nos seus planejamentos a mudança climática, os impactos naturais e efeitos negativos da mudança do clima que já se fazem perceber. Os países que sentem mais são os de renda baixa sendo severamente prejudicados, mostrando a fragilidade da infraestrutura e da limitação da capacidade de amparo econômico social, tudo isso por ser dependente economicamente dos recursos naturais (ATITUDES SUSTENTÁVEIS, 2013).

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico em 1993, recomendou 50 indicadores ambientais a fim de resolver os problemas ambientais dos países membros. Os indicadores mostram as pressões que as atividades econômicas e humanas exercem sobre o meio ambiente, assim como o impacto do crescimento da população humana, modelo de produção e consumo dos recursos naturais (IBGE, 2004).

A matriz energética de cada país ou região é decorrente da necessidade de atender a demanda interna e aumentar o nível de inserção no mercado econômico. O Brasil tem sido exemplo mundial em energias renováveis, com matriz energética que oscila em 1971 de 61% e em 2002 com 41% originada de fontes renováveis, considerando que o setor energético é responsável por 10% de todo consumo final de energia e 16% de emissões de gases efeito estufa, o impacto maior para atual modelo de matriz seria o consumo de combustíveis fosseis (IPEA, 2010).

Conforme a Agencia Internacional de Energia (Iternational Energy Agency – IEA, 2011), o cenário atual de políticas de energia permanece sem metas para redução de uso de fontes fósseis, a previsão para energias renováveis para 2030 seria de 14% da produção total sem acordos de redução da utilização de fontes fósseis.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME, 2013), o Brasil deve continuar com o seu perfil de matriz energética até 2030 com maior dependência de fontes fósseis, quando na década de 1940 com a industrialização do país o modelo energético passou de altamente dependente de carvão vegetal para dependente de petróleo.

O cultivo de cana de açúcar para produção do etanol que é outro tipo de energia renovável exige grandes extensões de terras o qual levam ao desmatamento das florestas, há uma estimativa de maior demanda por terras para os biocombustíveis em media 15 milhões de hectares para 2022, levando em consideração a soma da cana de açucara para o etanol e a soja para o biodiesel, além de outros cultivos (EPE, 2006).

Segundo Bryce (2011), todas as supostas vantagens da energia limpa tem um preço o qual quem sai arcando é o meio ambiente. Países do mundo em 10 anos investiram muito em programas de energia renovável e converte-los em energia tem um custo alto em dinheiro e recursos naturais. Como exemplo a energia eólica, para produzir uma turbina utiliza 50 toneladas de estanho e produz 1,0 megawatts de energia, já no gás natural com uma turbina produz a mesma quantidade com 0,3 toneladas de estanho. Assim por outro lado o impacto ambiental de extração de minério é muito maior do que a extração de gás natural e, contudo os custos são maiores para erguer também a infraestrutura eólica (SUPERINTERESSANTE 2011).

Em prática mostra o quanto custa para se ter energias renováveis, no Brasil produz quase 28 bilhões de litros de etanol por ano, já o petróleo e o gás geram nove vezes mais energia segundo a Petrobras (SUPERINTERESSANTE 2011).

Apesar do compromisso brasileiro para cooperar com as metas para a sustentabilidade, o governo não está preparado para conter a expansão do agronegócio no centro oeste, terá dificuldade de alcançar a meta de redução do desmatamento em 40% até 2020. (IPEA, 2010).

Em relação à energia elétrica, dependendo da matriz energética que se utiliza a situação pode agravar. Segundo IPEA (2010), o Brasil tem a melhor e mais limpa matriz mundial, com 47% de toda energia produzida é renovável, frente a outros países em que a energia renovável representa somente 13% de toda produção.

6 Conclusão

No conceito desenvolvimento sustentável procurou-se demonstrar visão sobre o domínio da economia com sua dimensão social, ambiental e institucional, assim como das divergências e limitações, a forma como foi incorporado o modelo de desenvolvimento dominante. Demonstraram-se os desafios enfrentados para o novo modelo de desenvolvimento o qual começa a incluir a sustentabilidade.

O desenvolvimento sustentável tomou feição concreta a partir da década de 1970 em cada país, o modo de produção capitalista leva ao modelo convencional de crescimento econômico tendo um grande aumento na riqueza e oferta de produtos. Além do grave desequilíbrio no meio ambiente e aumento da poluição, constatamos o elevado grau de investimento e que nem todos os países estão dispostos a fazê-lo.

Esta pesquisa mostrou os desafios e as resistências para equilibrar as dimensões econômicas, sociais e ambientais. Apesar dos esforços internacionais com cooperação entre países, há ainda um grande problema em conciliar exploração predatória dos recursos naturais com sustentabilidade. Países ainda resistem a se adaptar a esse novo conceito de desenvolvimento, pois alegam altos investimentos e uma mudança radical nos meios de produção, pois retirar da terra é mais barato e não teria o custo da perda ambiental repassada nos preços, porem são insustentáveis para o futuro.

Vimos ao longo do texto que o propósito é um novo modelo de desenvolvimento que seja ambientalmente responsável e viável, mas o fundamental é conseguir um equilíbrio entre as necessidades sociais, econômicas e ambientais. Entende-se a importância dos primeiros movimentos, bem como das organizações internacionais sensibilizadas com os problemas ambientais causados pelo velho modelo de desenvolvimento, firmando compromissos mundiais, assim como governos e setores da sociedade civil para o bem comum e para as futuras gerações.

Em 40 anos houve uma série de encontros internacionais entre representantes políticos, ambientalistas, empresários e organizações não governamentais, na tentativa de alcançar o consenso para o modelo de desenvolvimento sustentável. Os problemas ambientais hoje se generalizaram, foi gerada uma série de problemas sociais como miséria, chuva ácida, efeito estufa e o desmatamento das florestas, não apenas alterando o meio ambiente, mas também o degradando.

O objetivo principal identificado foi à falta de investimento por parte governamental, tanto em inovações quanto em novas tecnologias, apesar dos esforços e cooperações. Por não ter um indicador confiável podemos apontar a causa das possíveis falhas nas tentativas de mudanças na economia, o desafio maior é a compreensão e participação de toda a sociedade para o sucesso do desenvolvimento sustentável e conciliar os impactos econômicos, ambientais, sociais é fundamental para equilibrar desenvolvimento com sustentabilidade.

A sustentabilidade é uma realidade do mundo moderno e atual e sua prática é irreversível. A indústria tem presença marcante no desenvolvimento de qualquer economia e certamente terá que aderir a essa nova realidade, contribuindo para que cause o menor impacto possível ao meio ambiente. O desenvolvimento é imprescindível para o bem estar social com promoção a saúde, geração de emprego e renda e erradicação da pobreza.

Em resumo, para ter sucesso no desenvolvimento sustentável seria trazer os problemas ambientas para o centro das tomadas de decisões econômicas, não só incluindo metas, mas controles rigorosos e políticas totalmente voltadas às questões ambientais. Assim justifica entender a importância de ter um desenvolvimento econômico com qualidade em vez de quantidade, abolindo a miséria e dando maior qualidade de vida. O crescimento econômico tende a ser insustentável levando ao esgotamento dos recursos naturais, por isso devemos ter consciência de que os recursos naturais estão cada dia mais escasso e são finitos.

Fabio do Amaral Calegari[1]

Referências

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ATITUDES SUSTENTAVEIS. Desenvolvimento e a Sustentabilidade do Meio Ambiente. 2013. Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/desenvolvimento-sustentabilidade-meio-ambiente/>. Acesso em: 30 de setembro de 2013.

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GIANSANTI, Roberto. O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. 2 ed. São Paulo. Atual. 1999.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. IDS Indicadores de desenvolvimento Sustentável. 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/defaulttab.shtm>. Acesso em: 04 de junho 2013.

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[1] Graduado em Ciências Econômicas. Especialista em Controladoria e Finanças e MBA em Auditoria e Pericia Contábil. Email: calegari1@gmail.com

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