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2 de Maio de 2024

Polícia Militar

Publicado por Luiz Fernando Padilha
há 7 anos

Policia Militar

Enquanto acadêmico, fui colega de policiais militares, tenho clientes no escritório que são policiais militares e por esse contato, conheço um pouco sobre o perfil destes profissionais.

Devido a sua profissão, demonstram vigor, vigilância, iniciativa e coragem acima da média, mesmo convivendo constantemente com o medo, tristezas e frustrações criados pelo próprio labor.

Nesse clima decadente de insegurança e desrespeito observado nos últimos dias no Estado do Espírito Santo nossas prioridades como sociedade são colocadas a prova e podemos (e devemos) observar as falhas daqueles que administram o Estado, justamente, por não observarem quais deveriam ser estas prioridades.

A polícia militar é uma instituição da segurança pública que tem o objetivo de policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública.

Como pode-se constatar da situação crítica do Estado do Espírito Santo, a falta do policiamento ostensivo, causa justamente o contrário daquilo que a PM visa resgurdar, ou seja, o trabalho de nossos policiais é muito efetivo, afinal não observamos 106 mortes violentas em cinco dias quando há patrulha nas ruas.

Por óbvio, como todo trabalho, há profissionais que não representam a maoria, sendo despreparados e cometendo abusos, mas esses não são a regra e não devem ser postos como símbolos daqueles que lutam pela nossa segurança diária.

Os Políciais Militares de diversas unidades federativas (incluindo os agentes da Brigada do RS) trabalham sobrecarregados pela falta de pessoal, pelo material velho e sucateado, os coletes vencidos e em muitas ocasiões revesados, a falta de pagamento, o descaso no parcelamento do salário, a falta de reajuste salarial.

Enfim, as pessoas que nos protegem das bestialidades sociais, trabalham com um total descaso daqueles que administram o Estado: seja o Legislativo por não lhes representar, mantendo a categoria aprisionada em legislações antigas e defasadas. O Executivo que não lhes administra como deveria, trabalhando de maneira irresponsável em seus compromissos e nunca observando as necessidades dos servidores. E o Judiciário, que quando provocado, é lento e tardio em suas decisões - Decisões estas que quando motivadas por razões políticas, no mais puro ativismo judicial nunca observam o lado do trabalhador, afinal tudo se resume em mero dissabor pro Judiciário Brasileiro -.

Devido ao total descaso que estão jogados os homens e mulheres que trabalham na segurança pública do nosso país, no Estado do ES a família dos Policiais Militares iniciou um movimento que impediu o trabalho deles, ocasionando uma tragédia que já vitimou 106 pessoas em cinco dias. Demonstrando então que, errei na faculdade em discordar do meu professor de Filosofia, pois Hobbes estava certo: “o homem é o lobo do próprio homem”.

Assim, algumas pessoas começaram a criticar a família e a própria corporação militar que luta, sem as devidas condições, pela nossa segurança. Então, percebo que estas pessoas estão equivocadas no direcionamento e foco de suas reivindicações e reclamações.

É claro que se não houvesse tal paralisação não haveriam 106 mortes, mas se houvesse respeito dos gestores públicos, não haveria paralisação.

Não são os Policiais Militares que estão degradando de forma entrópica o pouco de humanidade que nos resta, eles estão aflitos com tudo isso, muitos talvez sejam punidos, mas a punição deles há muito já começou, quando os nossos gestores ignoraram seus problemas que agora são nossos problemas, afinal segurança pública é de todos e para todos. Uma pena que a sociedade só percebeu isso quando confrontada pelo seu pior inimigo, ela mesma.

Desejo que o Governo do ES revise suas prioridades - saúde, segurança e educação, devem ser as prioridades de qualquer gestor público e o vencimento daqueles que trabalham, nos provendo tais serviços, fazem parte dessas prioridades -, para o povo voltar a ter paz e tranquilidade e, por fim que as pessoas que criticam a PM possam valorizar o nobre serviço prestado e analisar a situação através de uma perspectiva ampla, observando quem são os culpados por toda a situação atual de saturação do nosso berço esplendido.

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