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23 de Maio de 2024

A discriminação da população LGBT no mercado de trabalho

Uma análise da falta de inclusão da população LGBT no mercado de trabalho atual.

Publicado por Gabriela Passatore
há 8 anos

O dia 17 de maio, marcado como o Dia International contra a Homofoia e a Transfobia, celebra a vitória conquistada em 1990, quando a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.

Mas o que era para ser um dia de festa é marcado por uma luta que parece não ter fim. Pesquisas afirmam que o Brasil é o país onde mais se matam travestis e transexuais no mundo[1]. Com um dado como este, não há o que comemorar.

Considerado uma violação dos direitos humanos desde 1991, pela Anistia Internacional, a discriminação contra o público LGBT ainda é algo a se preocupar ao redor do mundo. Em alguns países, como o irã, as relações homossexuais ainda são proibidas e são puníveis com pena de morte, embora a transexualidade seja permitida e bem vista pelo governo.

94 países apoiam o Conselho de Direitos Humanos[2] contra 54 países que assinaram a declaração de 2008 contra os direitos LGBT.

Os direitos da população LGBT vêm crescendo com o passar dos anos, mas ainda não chegamos ao ponto em que se pode dizer que estas pessoas levam uma vida igualitária, e sem medo.

O Brasil, entretanto, está a um passo a frente de muitos países. Embora o alto índice de homofobia seja assustador, alguns direitos como o casamento civil, a adoção por casais homossexuais e direitos à previdência, já são reconhecidos desde 2011, onde o Supremo Tribunal Federal reconheceu a equiparação da união homossexual à heterossexual. São direitos conquistados que dão uma esperança de uma vida mais digna e igualitária.

Mas a luta não para por aí, ainda é preciso criar leis de inclusão à população LGBT ao mercado de trabalho, como por exemplo. Em um estudo feito pela Consultoria Santo Caos, 43% dos entrevistados afirmaram ter sofrido algum tipo de discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Outro estudo, ainda mais alarmante, elaborado pela empresa Elancers, constata-se que 38% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBT para cargos de chefia, e 7% não contratariam em hipótese alguma.

Segundo Jean Soldatelli[3], “muitas empresas temem ter sua imagem associada à do funcionário. E com isso perder clientes, ter a credibilidade abalada. As empresas refletem aquilo que está colocado na sociedade, e a homofobia está presente na população. “ Por outro lado, ainda segundo Soldatelli, “Empresas com maior diversidade tendem a ser mais produtivas e melhorar seus ganhos, pois as pessoas acabam por se engajar mais em um ambiente onde não são discriminadas. E elas são também consumidoras”.

É uma questão de perspectiva que dependendo de como vista pode mudar a vida de muita gente.

Em nosso regulamento jurídico, hoje, não se encontra nada que garanta a efetividade da igualdade de gênero dentro do mercado de trabalho, que talvez aconteça pela falta de conscientização dessas empresas, ou pela falta de punição para aqueles que agem com discriminação.

Com um sistema jurídico falho se faz necessário o uso de campanhas de conscientização dos direitos da população LGBT. Campanhas como “Livres e Iguais” criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que ajuda a promover a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.

Campanhas como estas existem ao redor do mundo todo, de diferentes formas e línguas, mas que buscam um único objetivo, acabar com a desigualdade de gênero moldando um mundo melhor e mais justo para as próximas gerações que ainda virão.

Fontes:

https://nacoesunidas.org/campanha/livreseiguais/

https://nacoesunidas.org/onu-lembra-dia-internacional-contraahomofobiaea-transfobia-veja-principais-acoes-no-brasil/

http://www.hrc.org/local-issues

http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2015/05/mercado-de-trabalho-brasileiro-aindaehostilapopulacao-lgbt-indica-estudo-170.html


[1] Segundo pesquisa da organização não governamental “Transgender Europe”

[2] Resolucao de 2011 sobre direitos LGBT

[3] Sócio da Santo Caos

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