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5 de Maio de 2024

A luz oscilou e o seu eletrodoméstico queimou? Não fique no prejuízo!

As distribuidoras de energia elétrica têm o dever de indenizar clientes que tiveram problemas com aparelhos em casa

há 6 anos

O tempo virou, começou aquela chuva, ventania, raios. Tão rápido que nem deu para você correr e desligar tudo das tomadas. Resultado: sua TV queimou. A culpa é de quem? Da concessionária de energia elétrica, claro. Sim, a empresa prestadora do serviço tem o dever de pagar o conserto nesses casos.

“Tempestade, descarga elétrica, oscilação de tensão. Tudo isso diz respeito ao serviço de distribuição de energia que é prestado pela concessionária. Essas variáveis integram o risco do negócio. Então, a responsabilidade por danos em aparelhos é da distribuidora de energia”, afirma o advogado Rafael Quaresma, especialista em Direito do Consumidor e coordenador do Procon de Santos (SP).

Também especializado em Direito do Consumidor, o advogado Fabrício Posocco explica que as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)) e do Código de Defesa do Consumidor (CDC) preveem o ressarcimento de danos em equipamentos causados por blecautes ou raios.

“Os consumidores residenciais que porventura tenham tido aparelhos danificados pela interrupção do fornecimento de energia devem procurar a distribuidora da sua área no prazo de até 90 dias para solicitar a reparação dos danos”, detalha Posocco.

Como fazer

Quaresma diz que a empresa tem as informações sobre oscilação na rede porque monitora o sistema 24 horas. “A concessionária fará uma perícia no eletrodoméstico que estragou e, constatando que o problema é oriundo da oscilação na rede, indenizará o consumidor, seja com o reparo ou a substituição do produto”

Posocco diz que a distribuidora tem 45 dias corridos para ressarcir o consumidor. O procedimento pode ser solicitado por telefone, pela internet (no site da concessionária) ou pessoalmente, nas agências de atendimento.

“Caso a distribuidora não cumpra algum termo previsto, o cliente deve realizar uma reclamação na Ouvidoria da Aneel pelo telefone 167 ou pelo site www.aneel.gov.br. Deve também fazer uma reclamação no site consumidor.gov.br, além de procurar o Procon”.

Na hipótese da solução não ser alcançada por esses canais, a pessoa prejudicada pode procurar um advogado e ingressar com um processo judicial.

Por conta própria

Se você teve um aparelho queimado durante uma tempestade, mas acha que é muita burocracia procurar a empresa, não se incomoda em deixar de lado seus direitos e quer resolver tudo sozinho, preste atenção: nem sempre compensa arrumar um eletrodoméstico quebrado.

Faça as contas. Especialistas dizem que, geralmente, o reparo é viável quando custa até 35% do valor de um produto novo. Se custar entre 36 e 50%, pense bem e avalie quanto tempo mais ele terá de vida útil. Se passar de 50%, raramente compensa e pode ser barca furada arrumar.

Esta reportagem foi escrita por Maurício Martins para o ZAP em Casa. Foto: Shutterstock

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10 Comentários

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Ótimo. continuar lendo

Não é a toa que energia elétrica é tão cara neste país. Se já não bastasse a concessionaria ter que cobrir perdas com fraudes, favelas e consumidores de baixa renda, ainda me vem as descargas elétricas de origem natural. Sobrecargas na rede são muito raras e 99% dos danos causados a equipamentos elétricos e eletrônicos são causados por raios e não por sobrecargas na rede. A maioria das residências não possuem aterramento nas tomadas e antenas que seria a proteção contra estas descargas. Raios causam picos de energia na rede quando atingem postes, mas a concessionária não deveria ser punida por isto pois ela não tem como proteger estes equipamentos dos raios. Cabe ao consumidor proteger seus eletrônicos com aterramento adequado e outros equipamentos de proteção. É muito fácil repassar a conta para a concessionaria, mas no final quem paga esta conta somos nós. continuar lendo

aqui em iTANHAEM, é normal baixar a tensão à noite e ter várias oscilações de energia. Minha casa é aterrada e não adianta nada continuar lendo

Desculpe-me Sr. Cleiton Queiroz, mas a culpa é sim da prestadora de serviço. Se ela seguisse as normas reguladoras da ANEEL e mantivesse seus postes com as proteções indicadas os picos de tensão seriam desviados para o aterramento do poste não invadindo os consumidores. Esses picos de tensão de brevíssima duração são chamados de transientes e podem ser desviados. Só que a economia porca realizado pelas concessionarias, que já tem embutido esses gastos, é que vão para as mãos dos corruptos de plantão. Temos sim que exigir a cobertura desse prejuízo, se todos assim o fizesse diminuía, pelo menos um pouco, a corrupção, o desleixo e a exploração dos consumidores. continuar lendo

Em parte te assiste a razão , contudo em muitos casos existe sim a culpa da concessionária em virtude da entrega de energia de má qualidade, sobretudo excesso de harmônicos na rede, e variações de tensão acima do limite permitido e muito rápidas (spikes). Nesses casos acredito que o consumidor tem todo o direito de cobrar a devida indenização da concessionária. continuar lendo

Também acho (embora também concorde com o comentário do Sr Jorge Roberto da Silva).
Temos muitas leis que "protegem" o cidadão mas que, ao final, fazem o contrário, em função dos custos.
Na área trabalhista também há direitos em excesso para o trabalhador, o que resulta em dificuldades para o Empregador e, claro, contribui para o desemprego.
Deveríamos, todos os brasileiros, exigir um "meio termo" (terminei me lembrando aqui do 13º Salário e do acréscimo de 1/3 nas férias anuais...). continuar lendo

Perfeito, Cleiton Queiroz

E está errada a noção de que os equipamentos em postes anulam o risco de oscilação por descarga: dependem da intensidade do raio continuar lendo

O problema é provar que o equipamento queimou com a oscilação de energia. continuar lendo

Anote o dia, hora, minuto e se possível os segundos da queima. Eles trem obrigação de provar que os postes estavam protegidos contra surtos de corrente e transientes o que, sinceramente, duvido. continuar lendo

Agradeço pela informação. Mas já ouvi falar que é infernal tentar pedir para a Eletropaulo, quase sempre cai na justiça. continuar lendo