Bloqueio da BBom continua - Jornal do Commercio (Economia)

Uma onda de boatos sobre o desbloqueio da BBom, paralisada pela Justiça sob acusação de ser uma pirâmide financeira, obrigou o Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO) a divulgar ontem uma nota negando as informações e pedindo punições para a direção da empresa. Tudo teria começado com um vídeo de baixa qualidade, gravado em celular, em que o presidente da BBom, João Francisco de Paula, comunicava aos 217 mil investidores que "as férias acabaram", pois a empresa apresentou uma sugestão de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ao MPF-GO. O anúncio se espalhou na internet como se fosse uma declaração sobre a liberação da empresa, o que não é verdade.

"Os bens da BBom continuam bloqueados. O MPF-GO foi surpreendido com a divulgação, na internet, de notícias inverídicas por parte da empresa sobre um possível acordo. Diante das falácias publicadas, os procuradores da República Mariane Guimarães e Helio Telho informam que não há qualquer TAC firmado e o dinheiro continua bloqueado", informa uma nota do MPF.

No texto, Mariane diz que o fato será comunicado em juízo para a aplicação de punições por propaganda enganosa, o que poderia resultar em detenção de dois a cinco anos ou multa.

"A BBom realmente apresentou uma sugestão para que a empresa voltasse às atividades, porém, preliminarmente, o MPF constatou que faltam diversas informações solicitadas, tais como a relação completa dos investidores com os respectivos valores investidos. Diante disso, não foi agendada ainda uma audiência de conciliação e nem mesmo apresentado um TAC", completa o MPF-GO.

Desde julho, os bens da empresa estão bloqueados e as atividades do grupo suspensas. O Ministério Público entende que a cobrança de taxa de adesão a partir de R$ 600, com a garantia de retorno de 300% em um ano, mais o pagamento de bônus pela captação de mais pessoas para o negócio, tem fortes características de uma pirâmide financeira, só mais um caso de outras investigações sobre pirâmides no País, a exemplo da Telexfree.