Cobrança indevida de telefônicas lidera reclamações em Tangará da Serra

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel da Assembleia Legislativa ouviu a população de Tangará da Serra quanto a qualidade dos serviços prestados pelas operadoras de telefonia celular. Foram mais de 130 reclamações registradas durante a tarde de ontem, quarta-feira, nove de outubro, e a manhã desta quinta- feira (10), no posto de atendimento itinerante da comissão. Com slogan Sinal de respeito com o cidadão, a CPI identificou que a cobrança indevida liderou a lista de reclamações, seguida de serviços oferecidos pelas operadoras e não concluídos.

É o que acontece com Deyse Pedroso Trivellato. Ela relata que contratou um plano com três linhas telefônicas e assim que completou um ano de fidelidade resolveu cancelar e, em consequência, teve o nome incluído no serviço de proteção ao crédito - Serasa. Entrei em contato com a Oi e solicitei o cancelamento e me passaram o número de protocolo. Após quinze dias entrei em contato novamente para confirmar o cancelamento, e não constava a solicitação no sistema. Com muita insistência, através da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), foi possível cancelar uma das linhas. Entretanto, outras duas ainda estão gerando débitos até hoje, explicou Deyze, ao pontuar que já entregou os chips à Oi, mas continua recebendo faturas de cobrança que já somam mais de três mil reais.

"Eles me ofereceram um plano controle no valor trinta e seis reais, e depois de alguns meses de uso o valor da fatura aumentou e cheguei a pagar quase seiscentos reais de conta. Para resolver o problema tive que ser persistente e até ameaçar processar a empresa. Daí voltaram a cobrar os trinta e seis reais como havia contratado no inicio, relatou o aposentado Francisco Carlos Freitas. Em 2012, a Anatel registrou 845 mil reclamações contra as operadoras de telefonia móvel, a maioria por cobrança indevida, em todo o Brasil. Em Tangará da Serra, segundo o coordenador do Procon, Isair Cappellari, não é diferente. A maioria das reclamações dos usuários é por publicidade e cobranças abusivas e pela inexistência de sinal, e ficou comprovado no trabalho" in loco " da CPI. Isso acontece porque as empresas oferecem uma falsa vantagem econômica nos planos e não de boa qualidade das ligações, disse.

O deputado Wagner Ramos (PR), membro da CPI, destacou que ao final dos trabalhos será produzido um relatório preliminar que subsidiará o debate com as empresas de telefonia. O número de reclamações sobre a prestação de serviços das operadoras tem aumentado a cada dia, e, por isso, estamos buscando uma forma de contribuir com o melhoramento desse serviço que é de extrema importância para a sociedade.

A CPI foi instalada em junho deste ano e tem como objetivo investigar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas de telefonia móvel em Mato Grosso, bem como o repasse de impostos das operadoras ao Estado. Até dezembro, quando deverá finalizar os trabalhos da comissão, será confeccionado projeto de lei que será encaminhado à Câmara Federal. Cáceres, Pontes e Lacerda, Sorriso, Sinop, Alta Floresta e Barra do Garças também vão receber a visita do atendimento itinerante da CPI. Amanhã, sexta-feira (11), a CPI estará em Juína, na Praça da Bíblia, das oito da manhã às 17 horas.

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