DEPUTADA QUER DESARQUIVAR PROJETO DE REUTILIZAÇÃO DE SOBRAS DE COMIDA
A presidente da Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Rio, deputada Alice Tamborindeguy (PSDB), pretende desarquivar o projeto de lei 531/03, de autoria do então deputado Antônio Pedregal, que dispõe sobre a doação e a reutilização de gêneros alimentícios e de sobras de alimentos. Ela informou ainda, durante audiência nesta quarta-feira (23/09), que vai criar um grupo de trabalho para estudar, analisar e montar um novo texto para normatizar o assunto. O fato de partirmos de um texto já existente acelera o trabalho do grupo, que é de extrema urgência. É um absurdo que, com tanta gente passando fome, o poder público trabalhe de forma contrária, inibindo este gesto solidário, ressaltou Alice, referindo-se à Lei federal 3.071/16, o Código Civil, que diz que quem doa uma refeição pronta assume os riscos caso venha a fazer mal a alguém e prevê detenção de até cinco anos para o doador, mesmo que a comida seja entregue em boas condições e venha a estragar por deficiência no armazenamento ou manipulação de quem a recebe.
A parlamentar explicou que serão oito os representantes de entidades civis e governamentais comprometidas com o assunto que participarão do grupo de trabalho. São elas: Associação de Nutrição do Estado do Rio de Janeiro (Anerj), Instituto de Nutrição Annes Dias (Inad), Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio de Janeiro (Consea-RJ), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ), Superintendência de Vigilância Sanitária em Alimentos do Estado do Rio de Janeiro e Centro de Vigilância Sanitária do Município do Rio de Janeiro. O grupo ajudará também exercendo um trabalho de informação quanto às questões de segurança alimentar, como, por exemplo, condições físicas dos alimentos, temperatura e validade. Só assim conseguiremos conscientizar a população da diferença entre restos e sobras, o que pode ou não ser consumido, avisou a deputada.
Nossa maior dificuldade é verificar as condições sanitárias destes alimentos até eles chegarem ao consumidor. Uma coisa é vermos a pessoa comendo, outra é darmos o alimento que possivelmente será guardado sem os cuidados necessários de temperatura e validade. A Ceasa tem projetos sociais que se enquadram perfeitamente no projeto de lei inicial, afirmou o diretor-presidente da central de abastecimento, Ernesto Corte Real, que aproveitou para apresentar o programa Panela Cheia, uma iniciativa que visa a evitar o desperdício de alimentos. Segundo ele, frutas, legumes e verduras que seriam descartados pelos comerciantes e produtores por não apresentarem padrão de comercialização, mas que estão em condições de consumo, são recolhidos e levados a uma central de processamento. Após uma seleção, eles são colocados em sacolas, com oito quilos cada, e distribuídas a famílias carentes e entidades sociais assistidas, duas vezes por semana, finalizou.
O segundo encontro da Comissão de Segurança Alimentar da Alerj para tratar do reaproveitamento de gêneros alimentícios acontecerá já na próxima quinta-feira (01/10), às 16h, na sala 316 do Palácio Tiradentes.
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