Dólar comercial supera R$ 4,70 após OMS declarar pandemia
Após Banco Central fazer leilão de 1 bilhão de dólares em contratos de swap, alta é amenizada
São Paulo – O dólar comercial subia frente ao real nesta quarta-feira (11), após registrar a maior queda em seis meses na véspera. Nesta terça-feira, a moeda americana ampliou a valorização, após a Organização Mundial de Saúde decretar pandemia de coronavírus. Às 13h55, o dólar subia 1,21% e era negociado por 4,70 reais na venda. Mais cedo, depois de o Banco Central fazer leilão de swap de 1 bilhão de dólares, a moeda chegou a ser negociada na casa dos 4,63 reais.
Três fatores ajudam a explicar por que o dólar inverteu a direção em relação ao pregão de ontem. “O mercado esperava que o governo Trump fosse anunciar medidas mais específicas sobre a produção de petróleo, mas acabou divulgando algo mais macro, o que decepcionou os investidores”, explica Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo.
A corrida eleitoral americana adiciona um fator de incerteza a esse cenário já tumultuado. Isso porque o candidato democrata Joe Biden tem ganhado força. “É claro que Biden é melhor do que [Bernie] Sanders em relação à postura pró-mercado. Mas, segundo os investidores, o Trump é pautado pelo viés econômico”, o que explicaria a torcida pelo atual presidente dos Estados Unidos e candidato pelo partido Republicano.
Por fim, a notícia de que o ministério de energia da Arábia Saudita mandou a Saudi Aramco aumentar a capacidade de produção em 1 milhão de barris por dia mostra que o país já deu início ao programa de derrubar preço e aumentar a produção. Nesta manhã, tanto o petróleo do tipo WTI quanto o Brent caiam mais de 4%.
As expectativas, agora, recaem sobre a reunião que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fará com executivos da indústria petroleira para tentar formular uma proposta para a Organização de Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP). “Dependendo do que for decidido, pode amenizar a queda do petróleo e consequentemente reduzir a pressão sobre o dólar”, diz Franchini.
Mercado doméstico
Recentemente, as atuações do BC no mercado de câmbio têm se tornado rotineiras. Desde o início da semana, os leilões da autarquia já totalizam cerca 6,6 bilhões de dólares. No mercado, a percepção é a de que esse tipo de medida tem sido usado para dar maior liquidez.
Segundo Vanei Nagem, dúvidas quanto ao possível corte de juros no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana adicionam volatilidade ao mercado de câmbio. “Está muito confuso. Cada um faz uma leitura do que vai acontecer e coloca em prática”, comentou.
No mercado, as opiniões sobre o que acontecerá com a taxa Selic estão longe de ser um consenso e variam entre a permanência em 4,25% ao ano até um corte de 0,5 ponto percentual.
Fonte: https://exame.abril.com.br/
Imagem: (Oleg Golovnev / EyeEm/Getty Images)
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