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17 de Maio de 2024
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    Entrevista - Pioneira no processo eletrônico, juíza Maura Angélica fala sobre sua carreira

    há 10 anos

    Mãe de três filhos e avó de um neto, a juíza Maura Angélica Oliveira Ferreira é magistrada há 17 anos, tendo ainda advogado durante 18 anos, antes de ingressar na magistratura. Formada pela Faculdade de Direito da UFMG, e natural de Belo Horizonte, a magistrada está à frente, desde sua implantação, em 2005, de um projeto do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) de descentralização do acesso dos jurisdicionado à Justiça na capital, no bairro Barreiro, onde está instalado o Fórum Regional do Barreiro, que conta com três varas.

    A magistrada é titular da 1ª Vara Regional do Barreiro e coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania-Central de Conciliação-Unidade Barreiro, que é um setor por onde passam todas as causas antes de serem enviadas aos juízes, para se tentar uma conciliação entre as partes. Em entrevista à Amagis, na série especial do me da mulher, ela conta mais sobre seu trabalho e os desafios das mulheres, tanto na vida pessoal quanto profissional.

    Na avaliação da senhora, quais são os maiores desafios das mulheres?

    O maior desafio da mulher, tanto na vida pessoal quanto na profissional é, ainda, vencer aquele enorme tabu de que a mulher é inferior ao homem. A mulher tem que se desdobrar para demonstrar que ela capaz de fazer as mesmas coisas que um homem faz e ainda, às vezes, ganhar um salário menor. Ela enfrenta uma jornada de trabalho de oito horas, chega em casa e tem outra jornada de trabalho, como cozinhar, lavar, passar, cuidar dos filhos e até do marido, e esse trabalho não é valorizado. Ainda tem muitas mulheres que sofrem com a violência doméstica

    A senhora acredita que a sensibilidade feminina traz elementos diferenciados em suas decisões como magistrada?

    A sensibilidade feminina ajuda muito no exercício da profissão. Nós sabemos ser duras e fortes quando é preciso e, ao mesmo tempo, somos ternas e carinhosas quando isso é necessário. Precisamos dessa mistura para o exercício da judicatura, tanto na área criminal como na área de família.

    Como foi o processo de instalação do Fórum Regional do Barreiro?

    A descentralização de varas, com a criação do Fórum Regional do Barreiro, foi uma necessidade de se atender à população daquela região que, há muito, pedia por isso, visando à melhoria do serviço para o jurisdicionado, que não precisa se deslocar para a região central a fim de solucionar suas demandas. Temos no Barreiro dois defensores públicos e uma promotoria, o que ainda é pouco para o tamanho da população, pois atendemos a uma comunidade composta de cem bairros com cerca de quatrocentos mil habitantes. O projeto foi tão importante que a Ordem dos Advogados seção Minas Gerais (OAB-MG) criou uma subseção, próxima ao Fórum Regional, para atender aos inúmeros advogados que militam na região. O Fórum Regional Barreiro tem três varas, todas com competência para julgar causas Cíveis e de Família. Temos ainda o projeto pioneiro do TJMG que é o Processo Judicial Eletrônico (PJe), com o qual todas as ações são distribuídas virtualmente. Foi iniciado há cerca de dois anos, e eu fui a primeira juíza em Minas Gerais a receber, processar e encerrar um processo judicial eletrônico.

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