Exigência de airbag em carros já é lei
A partir do próximo ano, uma parcela de automóveis saídos de fábrica terão como item obrigatório o Sistema Antibloqueio de Frenagem, o freio ABS. O equipamento extra não irá interferir no preço final do veículo, garante o presidente do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Alfredo Peres da Silva.
Segundo ele, os membros do conselho irão definir as exigências relativas à implantação obrigatória do ABS na próxima reunião do órgão, que ocorre na primeira semana de abril. A idéia é que até 2014 o equipamento de segurança faça parte de todos os veículos novos fabricados no país, como já foi decidido em relação ao airbag. A lei que torna obrigatória a instalação da almofada de ar para o condutor e o passageiro em todos os veículos novos, foi publicada no dia 19.
"Iremos fazer a reunião em abril para implantar a lei. A partir de 2014 todos os carros do país sairão de fábrica com o airbag. O mesmo prazo será usado para os freios ABS. O equipamento não irá encarecer o automóvel", informou Silva durante apresentação do desempenho dos sistema de freios realizada no dia 20 no autódromo de Brasília.
A mostra serviu como embasamento técnico aos membros do Contran. Três tipos de manobras com carro, com e sem o sistema de frenagem, foram demonstradas em chão molhado. Logo após as apresentações, o presidente do órgão também decidiu testar o equipamento. "A diferença é brutal. A falta do ABS é impressionante", afirmou Silva.
A porcentagem de carros que deverão sair de fábrica já em 2010 com o sistema ABS também será decidida na próxima reunião do Conselho. Segundo Silva, a implantação dos freios será feita aos poucos até abranger todos os automóveis em 2014.
"Nós vamos fazer de uma maneira progressiva para que a indústria automobilística tenha condição de implantar isso", disse o presidente do Contran.
Lei aprovada na Câmara
Sancionada nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei (11.910/09) que torna obrigatória a instalação de airbag dianteiro nos veículos produzidos no Brasil ou importados pelo País, entrará totalmente em vigor em pelo menos cinco anos. Esse é o prazo para que montadoras e importadoras se adaptem à norma após sua regulamentação pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A medida foi aprovada pela Câmara em fevereiro.
O dispositivo já é item obrigatório de segurança em países como os Estados Unidos e tem sua importância reconhecida por especialistas no Brasil. "O airbag poderia evitar, por ano, 490 mortes de condutores (1,4% das 35 mil pessoas que morrem por ano no trânsito) e 10.150 ferimentos leves", afirma o supervisor de segurança do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), José Antonio Oka.
Ele coordenou, no ano passado, uma pesquisa sobre a influência do airbag na redução de vítimas fatais em acidentes. Outra conclusão do estudo diz respeito à economia: o Cesvi calculou que R$ 90 milhões seriam economizados anualmente em gastos com saúde, por exemplo, em decorrência das vidas salvas.
Uso complementar
Segundo dados apurados pelo Cesvi Brasil, os veículos com airbag representavam entre 4% e 4,7% da frota brasileira de automóveis e camionetas em 2007. Apesar do baixo número, o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), Flávio Faloppa acredita na popularização do item, da mesma forma que ocorreu com o cinto de segurança e, nos últimos anos, com o câmbio automático em veículos.
Faloppa defende todos os equipamentos que possam prevenir mortes, mas ressalta que o uso do airbag deve complementar o do cinto de segurança.
Custos
Para o médico, os custos de incorporação do novo item em veículos são o menos importante na discussão diante do número de vidas salvas e da economia nos gastos com saúde.
O deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que relatou o projeto da nova lei na Câmara, no entanto, minimiza essa preocupação (leia entrevista com o parlamentar). Com a popularização do airbag, diz, a tendência é o custo cair. A instalação de um airbag atualmente custa em torno de R$ 2 mil.
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