Filho da juíza assassinada diz que deixou de acreditar na Justiça
Entrevista publicada hoje (23) pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que o assassinato de Patrícia Acioli foi um golpe contra as aspirações de Mike Acioli Chagas, de 20 anos, filho da juíza.
Aluno de Direito na UFRJ, ele não sabe se terá forças para seguir os passos da mãe.
O Estado de SP - O envolvimento de policiais na morte foi uma resposta à atuação da sua mãe? Mike Acioli Chagas - Quiseram tirá-la do serviço porque estava fazendo o que era o certo. Ela investigava policiais, milicianos, qualquer um que fosse contra a sociedade. Minha mãe nunca teve medo de nada. E por isso era o nosso orgulho.
O Estado de SP - O crime muda sua maneira de encarar o Direito? Mike - Eu deixei de acreditar na Justiça. Esse crime é um fardo que eu vou carregar para o resto da minha vida. Não sei se terei capacidade de voltar ao Direito, mas acho que isso deve servir para abrir os olhos dos estudantes. É preciso ver que ainda é necessário mudar muita coisa dentro das instituições.
O Estado de SP - Foi tomada alguma providência para garantir a segurança da família? Mike - Ninguém se pronunciou sobre garantias de segurança para mim ou para a família, mas agora é tarde. Machuca um pouco ter de ficar escutando besteiras sobre as ameaças que ela recebia ou sobre os pedidos de escolta.
O Estado de SP - Dez dias após o crime, já é possível lidar com essa dor? Mike - A ferida ainda é recente. Vamos administrando como dá, mas está sendo muito doloroso.
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