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3 de Maio de 2024

Fuzilamento gera atrito diplomático entre Brasil e Indonésia

há 9 anos

Itamaraty entregou à embaixada do país asiático nota de repúdio à execução do brasileiro Marco Archer, acusado de tráfico de drogas

Redação Brasil Econômico

redacao@brasileconomico.com.br

Rio - O Ministério das Relações Exteriores brasileiro encaminhou ao embaixador da Indonésia, Toto Riyanto, nota de repúdio do governo pela execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado por tráfico de drogas e fuzilado no sábado.

Na nota, o Itamaraty reiterou que o governo “manifesta sua profunda inconformidade com a execução do cidadão brasileiro e com o fato de que gestões do mais alto nível e apelos presidenciais à clemência em favor do condenado tenham sido ignorados pelas autoridades indonésias, em franco contraste com as relações de amizade e cooperação que os dois países têm procurado desenvolver”.

O Itamaraty voltou a dizer que o cumprimento da sentença de morte representa uma “sombra” no diálogo entre os dois países. As relações entre Brasil e Indonésia se intensificaram a partir de 2008, com a criação do Plano de Ação da Parceria Estratégica.

Em 2014, a corrente de comércio entre os dois países ficou em US$ 4 bilhões, com salto positivo para o Brasil de US$ 451 milhões. Brasil e Indonésia desenvolvem parceria na área de defesa, com a venda de aviões super-tucanos e lançadores de foguetes. Também estão em vigor memorandos de entendimento nas áreas de energia, agricultura, etanol, educação e erradicação da pobreza.

Mais cedo, a presidenta Dilma Rousseff havia divulgado nota em que dizia estar “consternada e indignada” com a execução do brasileiro, e convocou o embaixador do Brasil em Jacarta, Paulo Alberto da Silveira Soares, para consultas.

Na linguagem diplomática, chamar um embaixador para consultas indica uma espécie de agravo ao país em que está o embaixador. No entanto, o Itamaraty informou que ainda não há data prevista para o retorno de Soares ao país.

Ontem, a Holanda, que também teve um cidadão entre os seis executados na Indonésia, também convocou seu embaixador. Cinco estrangeiros, entre eles o brasileiro Marco Archer, e um indonésio foram mortos por um pelotão de fuzilamento pouco depois da meia-noite de sábado. As execuções foram as primeiras sob o comando do presidente Joko Widodo.

O governo brasileiro ainda trabalha pela extradição de Rodrigo Gularte, também condenado à morte por tráfico na Indonésia. Archer, que era instrutor de voo livre, foi condenado por ter tentado entrar na Indonésia em 2003 com 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de uma asa delta. A Indonésia pune o tráfico de drogas com pena de morte.

Segundo a embaixada brasileira em Jacarta, o corpo de Archer foi cremado e as cinzas serão trazidas para o Brasil pela tia dele, Maria de Lurdes Archer Pinto. Embora até o momento da execução tenham sido usados mecanismos jurídicos para livrar o brasileiro da pena capital, segundo o Itamaraty, o telefonema de Dilma para Widodo, na sexta-feira, foi o último e mais extremo gesto diplomático para sensibilizar o governo indonésio, mas o presidente se mostrou irredutível.

Esse não foi o primeiro apelo brasileiro. Em 2005, o então presidente Lula enviou a primeira carta com pedido de clemência. A presidenta Dilma fez outros três pedidos: em fevereiro de 2011, setembro de 2012 e julho e dezembro de 2014. Segundo o Itamaraty, foram feitos também dois pedidos pelo próprio brasileiro, ambos negados. O pedido de clemência está previsto na legislação do país.

Sexta-feira, a presidenta pediu que o governo indonésio reconsiderasse. Widodo respondeu que não poderia comutar a sentença pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei do país, garantindo ao brasileiro o direito de defesa.

Segundo o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, entre as diversas tentativas de intervenção, o governo brasileiro apelou até mesmo para a Nunciatura Apostólica — representação do Vaticano no Brasil. “Fiz chegar à representação da Santa Sé no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e me foi assegurado que isso seria enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que sua Santidade pudesse interceder em favor de uma atitude de clemência do governo indonésio”, disse.

Segundo dados do Itamaraty, outros 962 brasileiros estão presos no exterior por tráfico ou porte de drogas. O número representa 30% dos 3.209 brasileiros detidos fora do país.

Fonte: http://brasileconomico.ig.com.br/mundo/2015-01-19/fuzilamento-gera-atrito-diplomatico-entre-brasil-e...

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Não conheço profundamente as leis da Indonésia, contudo no que diz respeito ao crime de tráfico de drogas, gostaria de parabenizá-los, pois esse crime é um dos piores contra a humanidade, pois, devido ao ato do traficante, crianças são ceifadas do seio da família, os lares são destruídos e o caminho se torna, em sua maioria, sem volta. Me envergonho das leis do Brasil, que beneficiam os criminosos e ignoram a população ordeira, e as nossas forças policiais. Me envergonho da Presidente do meu país que se diz consternada e indignada com a pena imposta ao traficante brasileiro na Indonésia, contudo não toma uma providência se quer para fechar nossas fronteiras, a fim de se evitar que as drogas entrem no Brasil, através de países como a Bolívia, o Peru e a Venezuela, por exemplo. No Brasil, todos os dias, traficantes assassinam policiais militares, e não se ouve nem um lamento sequer por parte de nossa governante maior. Me envergonho da maioria de nossos políticos que além de serem corruptos, roubando a todos nós brasileiros, não se empenham em mudar as nossas leis fajutas e ineficientes, sob pena de serem os primeiros a serem punidos. Enfim, os crimes de tráfico de drogas e a corrupção são os maiores responsáveis pela morte de milhares de brasileiros todos os dias. O tráfico pela crueldade com que tratam seus mantenedores, ou seja, os viciados. A corrupção, pelo desvio das verbas públicas que seriam suficientes para termos uma educação e uma saúde de qualidade, o que evitaria milhares e milhares de mortes na fila de espera do SUS- Sistema Único de Saúde. Parabéns Indonésia, a maioria dos brasileiros de bem não estão indignados com vocês. A maioria está indignada é com a impunidade que nos últimos anos se instalou no nosso querido Brasil, principalmente na atual gestão intitulada como “Governo Dilma”. Pena que a imprensa não abre espaço para a opinião pública expressar o que realmente pensa, talvez pela imposição da falsa democracia em que vive o povo brasileiro. Estamos presos dentro de nossas casas, enquanto esses bandidos estão livres para praticarem seus crimes hediondos sem o mínimo receio de serem punidos. continuar lendo