Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
4 de Maio de 2024

Mais jovem juiz federal do Brasil dá dicas de estudo para concursos

Com 25 anos, Pedro Santos foi aprovado em 1º lugar para juiz federal. Piauiense diz que rotina era de planejamento e até 14 h de estudo por dia.

há 9 anos

Com apenas 25 anos, o piauiense Pedro Felipe de Oliveira Santos se tornou o mais jovem juiz federal do país. Ele foi aprovado em 1º lugar na seleção e afirma que o resultado não é consequência de uma inteligência extraordinária. "Não sou superdotado. Todos os resultados que obtive são fruto da determinação e de muito esforço". Segundo ele, o caminho para a conquista de uma das vagas de concurso disponíveis deve ser trilhado com muita dedicação, organização e perseverança.

Mais jovem juiz federal do Brasil d dicas de estudo para concursos

Foi com essa receita que Pedro Santos conseguiu ser aprovado para procurador do estado de Alagoas, defensor público do estado do Piauí (1º lugar), defensor público do estado de Alagoas, defensor público da União (1º lugar) e juiz federal (1º lugar). Tudo isso nos últimos cinco anos.

Para o jovem magistrado, os concurseiros não devem encarar as provas com medo ou receio. "Desde cedo comecei a fazer muitas provas. Inscrever-se em concursos públicos e resolver questões é um excelente termômetro para detectar quais os pontos a melhorar e as disciplinas que demandam mais tempo de estudo", explica.

Em entrevista, Santos fala sobre estudos, aprovações e a importância das derrotas para alcançar a vitória futura. "Não tenho constrangimento em declarar que, para alcançar suadas aprovações, vivenciei tristes reprovações. Hoje, não tenho dúvidas do quanto as derrotas me ajudaram a crescer", afirma.

Como recebeu a notícia de que foi o primeiro colocado no concurso para juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª região?

A aprovação em 1º lugar foi uma grande surpresa! Por outro lado, entendo se tratar de uma circunstância relativamente fortuita, pois a seleção é muito rigorosa, de modo que os 54 aprovados, em um universo de 8.374 inscritos, encontram-se igualmente bem preparados.

Qual era sua rotina de estudo?

A aprovação em qualquer concurso público consiste em projeto de longo prazo, desde o momento inicial da preparação até a realização das provas. Para o concurso da magistratura, assim como a maioria dos candidatos, tive que conciliar trabalho e estudo, o que não foi nada fácil. Mantinha uma rotina média de 7 horas diárias de estudos. Tentava gozar as minhas férias nas datas próximas às provas, período em que intensificava as leituras, alcançando jornadas de até 14 horas.

Minha metodologia para a prova objetiva sempre privilegiou a prática de exercícios e a análise de provas de certames anteriores, combinadas com estudos de doutrina e de jurisprudência. Somente a prática exaustiva consolida em nossa mente o conhecimento obtido nas leituras. Diariamente, destinava boa parte do meu tempo de estudos para responder questões. Posteriormente, conferia as respostas e analisava, item por item, os meus erros e acertos, elencando pontos de conteúdo que exigiam maior aprofundamento.

Para a fase subjetiva, com questões de análise e sentenças, realizei um estudo específico da banca examinadora, detectando seus posicionamentos e temas de maior predileção. Para a prova oral, aprofundei a revisão dos temas do edital e realizei várias simulações com outros colegas candidatos. Essa última etapa é bastante especial, pois o nosso estudo, tradicionalmente, baseia-se em leituras, e não em exposições orais.

Qual ensinamento você pode passar para os concurseiros que seja fruto da sua experiência pessoal?

Não me recordo de quantos concursos participei ao todo. E parte justamente dessa constatação a melhor contribuição que posso oferecer aos concurseiros: não há momento ideal para começar a se inscrever. Percebo que muitos colegas sempre falam: ‘Pretendo fazer concursos. Inicialmente, estudarei todos os editais por um prazo de tantos meses. Posteriormente, quando me sentir preparado, começarei a fazer as provas’.

Por óbvio, cada pessoa encontrará o seu método ideal. Entretanto, se questionado o motivo pelo qual logrei tantas aprovações em um curto espaço de tempo, eu não titubearia: desde cedo comecei a fazer muitas provas. Inscrever-se em concursos públicos e resolver as questões é um excelente termômetro para detectar quais os pontos a melhorar e as disciplinas que demandam mais tempo de estudo. Além disso, perde-se paulatinamente o ‘medo’ de fazer provas, o que deixará o candidato mais tranquilo no tão esperado dia do teste.

Qual a dica para aquelas pessoas que estão há muito tempo estudando, mas ainda não conseguiram uma aprovação?

É preciso ousar e abandonar a zona de conforto. O candidato jamais se sentirá integralmente preparado. O conteúdo é vasto. Estuda-se direito constitucional, esquecem-se alguns detalhes do direito administrativo; volta-se para administrativo e esquecem-se outros temas essenciais de penal, e assim por diante. Nunca me senti 100% em nenhuma prova.

Não tenho dúvidas de que isso seria humanamente impossível. Reitero: a meta do concurseiro não é gabaritar a prova, mas simplesmente alcançar um conhecimento geral das disciplinas e obter uma boa soma de pontos, que garanta a aprovação. Não devemos ter medo de 'dar a cara a tapa'. É preciso perder o receio da reprovação, de ser zoado pelos colegas, de decepcionar os familiares ou a si.

Como lidar com as derrotas?

Não tenho constrangimento em declarar que, para alcançar suadas aprovações, vivenciei tristes reprovações. Hoje não tenho dúvidas do quanto as derrotas me ajudaram a crescer. Não apenas por terem tornado mais saborosa a vitória, mas porque me auxiliaram a obter diagnósticos precisos dos rumos que eu deveria dar aos meus estudos. Do ponto de vista emocional, cada reprovação demanda uma virada de página e a obtenção de forças para seguir adiante. Desistir, nunca! É preciso aprender a analisar fria e objetivamente cada derrota, detectando os erros, os conteúdos que demandam mais atenção e as necessárias mudanças de enfoque

Quem lhe incentivou a fazer concurso público? E por que esta pessoa foi tão importante neste processo?

A família tem uma função primordial nesse processo de estudos. Meus pais e minha família foram inspiração e exemplo constante de determinação, de disciplina e de renúncia. Muito além disso, ofereceram o estímulo e a força para que eu tomasse decisões valiosas e seguisse adiante. Acreditaram em meu êxito, mesmo nos momentos mais difíceis. Doaram-se por inteiro e, por vezes, adiaram os seus próprios sonhos para que eu pudesse realizar os meus. Sem eles, não teria obtido nenhuma vitória.

Como foi sua vida acadêmica no ensino fundamental, médio e superior? Foi uma criança ou adolescente superdotado?

Por um grande esforço dos meus pais, estudei no Instituto Dom Barreto, em Teresina, no Piauí. Trata-se de uma das melhores escolas do país, conforme atesta anualmente o ranking das instituições com maiores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nos 15 anos em que lá estive, recebi uma formação interdisciplinar fantástica. Além das disciplinas comuns, tive aulas de xadrez, latim, empreendedorismo, filosofia e sociologia. Mais do que ensinamentos curriculares, o grande trunfo da instituição é o estímulo permanente à leitura e à formação de cidadãos pensantes e autônomos.

Posteriormente, cursei direito na Universidade de Brasília (UnB), cujo currículo também tem enfoques interdisciplinar e filosófico muito fortes. Esses aspectos foram fundamentais para a formação de minhas bases profissional e pessoal, inclusive sob um viés humanista. Não sou superdotado. Sempre procurei ser muito disciplinado nos estudos. Todos os resultados que obtive são fruto da determinação e de muito esforço.

Fonte

O que é o Qual Concurso?

www.qualconcurso.com.br

  • Sobre o autorsabemos onde e como passar em Concurso Público
  • Publicações1076
  • Seguidores4396
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações22915
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/mais-jovem-juiz-federal-do-brasil-da-dicas-de-estudo-para-concursos/151266931

Informações relacionadas

ADVOCACIA DIGITAL
Notíciasano passado

Aos 46 anos, ex-vendedor de pipoca, depois de fazer mais de 70 concursos, se torna Juiz em Rondônia

Questões Inteligentes, Administrador
Notíciashá 9 anos

Exemplo de sucesso, jovem juiz inspira concurseiros por todo o país

Mais jovem juiz federal do Brasil dá dicas de estudos

Gilbert Di Angellis, Advogado
Notíciashá 9 anos

Miss DF vira magistrada aos 28 anos

Jota Info, Advogado
Notíciashá 5 anos

Deve haver uma idade mínima para o concurso de juiz?

5 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

Lamentável que um homem tão jovem receba tamanha parcela de poder. Como ele irá lidar com toda essa autoridade é uma incógnita. O Dr. Pedro tem todos os méritos pelas aprovações, isso não se discute. O que lamento é forma como este país permite que, em muitos casos (talvez não seja assim com o jovem aprovado) os cargos de Juiz e Promotor de Justiça sejam a primeira e última experiência profissional de um cidadão.
Após, volvem-se, em sua maioria, para a advocacia valendo-se do prestígio acumulado na esfera pública. continuar lendo

Cargos de Juiz e Promotor exigem conhecimento técnico, e não idade. Não adianta nada ser um marmanjo de 40 anos, mas um completo "vagabundo" com relação aos estudos e atualização jurídica. Além disso, idade não é sinônimo de maturidade. Quando entrei na faculdade, com 17 anos, era muito mais maduro e disciplinado que uma grande parcela que já tinha seus 30 anos, que se comportavam igual a adolescentes de 15 anos (só queriam saber de farra e putaria). continuar lendo

Devido a comentários como esse, jovens como eu e muitos outros nos sentimos incapazes de ter qualquer impacto na sociedade. Tantos homens de cabelos brancos em posições de poder agindo com a única intenção de prejudicar os mais fracos e se fortalecer, mas aos jovens sempre "faltará experiência". Pouco importa o caráter, o conhecimento, só a idade é levada em consideração. Ingressei no curso de Direito aos 16 anos e muito provavelmente aos 21 já poderei atuar profissionalmente na área, contudo, percebo que já devo me preparar para a desconfiança dos meus futuros colegas juristas por ser tão jovem. continuar lendo

Parabéns você é um exemplo e incentivo para os concurseiros do País. Que você trilhe seu caminho com muito equilíbrio e sucesso. continuar lendo

inspirador continuar lendo